Usina Governador Bento Munhoz da Rocha Netto

A Usina Governador Bento Munhoz da Rocha Netto é a maior usina da Copel. Possui capacidade de 1.676 MW de potência. Está localizada no rio Iguaçu, distante 5 km da jusante da foz do rio Areia e aproximadamente 350 km de Curitiba, no município de Pinhão.

A usina teve suas obras iniciadas em 1975, a barragem foi concluída em 1979 e a usina em 1980, quando começou a operar. Sua construção provocou a desativação da Usina Salto Grande do Iguaçu, primeiro aproveitamento no rio Iguaçu com 15,2 MW. Salto Grande funcionou de 1967 a 1979.

O nome da usina, anteriormente denominada Foz do Areia, é uma homenagem ao Governador Bento Munhoz da Rocha Netto, que liderou o Paraná de 1951 a 1955 e realizou muitas obras importantes, como a construção do Centro Cívico de Curitiba e a criação da Copel, em 26 de outubro de 1954.

Em maio de 1973, a Copel obteve a concessão para construir a Usina Foz do Areia. Para a implantação da barragem, as águas do rio foram desviadas em uma única fase, utilizando dois túneis localizados na margem direita, com diâmetro de 12 m cada e capacidade de vazão conjunta de 3.800 m³/s.

A barragem é de enrocamento compactado com face de concreto. Foi a primeira a ser construída no Brasil e a maior do mundo no gênero na época, com 160 m de altura e 828 m de comprimento. A construção da barragem foi iniciada em fevereiro de 1977, sendo concluída em dezembro de 1979.

A estrutura da tomada d’água encontra-se na margem direita e dispõe de seis comportas que controlam a passagem da água através dos condutos forçados, em túnel, que terminam na casa de força. Em sua parte superior está instalado um pórtico rolante com 135 t de capacidade para a movimentação das comportas.

O vertedouro, tipo calha, escavado a céu aberto, está localizado na margem esquerda. Foi projetado para uma descarga máxima de 11.000 m³/s. Tem como característica torres verticais localizadas nos muros e nos degraus da calha, permitindo a incorporação de ar dentro do fluxo de água em escoamento, visando atenuar o efeito da cavitação produzida por mudanças rápidas de velocidade que podem danificar a superfície de escoamento do vertedouro.

A subestação elevadora é do tipo blindada isolada a gás SF6, do tipo semi-abrigada situa-se logo acima da casa de força. Foi projetada para seis unidades geradoras. Sobre a casa de força está instalado um pórtico com capacidade para 800 t, que pode atender as comportas de jusante, o interior da casa de força e os transformadores da subestação. Dentro da casa de força existe uma ponte rolante de 50 t. Atualmente, a Usina Gov. Bento Munhoz da Rocha Netto opera com quatro unidades geradoras de 419 MW de potência cada.

Devido a uma prolongada estiagem de 1977 a 1978, que provocou racionamento de energia em Curitiba, as obras foram aceleradas permitindo sua inauguração em 12 de dezembro de 1980. Suas unidades geradoras eram, então, as maiores em operação no Brasil.

A Copel desenvolve uma série de ações de proteção ambiental na região da Usina, entre elas:

Inspeção ambiental do reservatório

Equipes percorrem a margem do reservatório, verificando a situação do lago e das Áreas de Preservação Permanente (APPs) , registrando eventuais situação de não-conformidade com a lei. Essas ocorrências são registradas por meio do programa de Geoprocessamento COLLECTOR for ArcGIS, que é instalado em smartphones ou tablets permitindo coletar e atualizar informações no campo e compor um mapa com os pontos de intervenção. Essas informações compõem um Sistema de Informações Geográficas Socioambiental “SSA Ocorrências”, que classifica as ocorrências de acordo com o grau de severidade e permite um acompanhamento até a completa solução de cada caso.

Este programa consiste em mapear a real situação das Áreas de Preservação Permanente (APPs) do empreendimento e, com base nessas informações, realizar o gerenciamento das áreas. Os dados cartográficos levantados pela Copel servem para apontar quais as necessidades de cada usina: cercamentos de áreas, adoção de técnicas de recuperação como plantio, nucleação ou condução da regeneração natural ou simplesmente monitoramento, este último visando especialmente identificar a biodiversidade da flora existente nas APPs e o grau de recuperação de cada área.

A Copel realiza periodicamente o monitoramento da qualidade da água dos seus reservatórios, em atendimento às seguintes normativas:

Resolução ANA/Aneel 03/2010 (que estabelece as condições e os procedimentos a serem observados pelos concessionários e autorizados de geração de energia hidrelétrica para a instalação, operação e manutenção de estações hidrométricas visando ao monitoramento pluviométrico, limnimétrico, fluviométrico, sedimentométrico e de qualidade da água associado a aproveitamentos hidrelétricos, e da outras providências );

Resolução Conama 357/2005 (dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes, e dá outras providências); e

Resolução Conama 430/2011 (dispõe sobre as condições e padrões de lançamento de efluentes, complementa e altera a Resolução no 357/2005).

Os efluentes gerados nos processos de produção da Usina são monitorados periodicamente em atendimento à Resolução Conama 357/2005 (que dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes, e dá outras providências); e da Resolução Conama 430/2011 (que trata sobre as condições e padrões de lançamento de efluentes, complementa e altera a Resolução no 357/2005).

A Copel realiza o gerenciamento de resíduos em conformidade com a Lei Federal 12.305/10 – Política Nacional de Resíduos Sólidos e Lei Estadual 12.493/99 (que dispõe sobre o gerenciamento de resíduos sólidos no Estado do Paraná), bem como demais legislações e normativas pertinentes, assim como atende às condicionantes previstas nas Licenças de Operação da Usina.

As instalações seguem as definições da Resolução Conama 275/2001, que estabelece o código de cores para os diferentes tipos de resíduos, a ser adotado na identificação de coletores e transportadores.

A Usina conta com um Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS), um instrumento da Política Nacional de Resíduo Sólidos que visa a realização de diversas ações desde a geração do resíduo até a sua destinação final. Esse plano é construído baseado no meio ambiente e no que é melhor para mantê-lo de forma sustentável e prevê ações desde a geração, acondicionamento, meio de transporte, transbordo, tratamento, reciclagem e outras fases, chegando até a disposição final dos resíduos.

Os resíduos administrativos recicláveis são destinados às associações de catadores de materiais recicláveis, por meio da Coleta Seletiva Solidária, conforme Decreto Estadual 8426/2017, que dispõe sobre a obrigatoriedade da separação seletiva dos resíduos sólidos administrativos recicláveis pelos órgãos e entidades do Poder Executivo.

Os resíduos industriais, em sua maioria gerados nas atividades de manutenção, são acondicionados em recipientes apropriados de acordo com a classificação do resíduo, se perigoso ou não. A grande maioria dos resíduos industriais gerados é encaminhada para reutilização e reciclagem pelo processo de alienação (venda), conforme estabelecido pela agência reguladora (Aneel).

Os resíduos não alienados são destinados de formas variadas, sempre respeitando a legislação ambiental.

O Monitoramento de Ictiofauna (peixes) é um programa de longa duração realizado nos reservatórios e rios relacionados aos empreendimentos de geração de energia sob concessão da Copel. Coletando dados desde 2003, o Programa apresenta uma base solida para análise das condições da fauna de peixes em quatro bacias hidrográficas presentes em território do Estado do Paraná. Os relatórios deste Programa de Monitoramento são anualmente protocolados junto ao Instituto Ambiental do Paraná (IAP), abastecendo o órgão ambiental com importantes informações para conservação dos recursos naturais, além de cumprir com condicionantes ambientais de diversos empreendimentos.

O objetivo geral deste Programa é o monitoramento continuo da ictiofauna dos corpos d’água relacionados aos empreendimentos da Copel, gerando informação cientifica e orientações para ações de manejo, incluindo:

  • Informações sobre a ecologia e biologia das comunidades de peixes;
  • Identificação de variações nessas comunidades ao longo do ano;
  • Identificação de mudanças de longo prazo nas comunidades em estudo;
  • Verificação da necessidade de medidas de manejo, como o repovoamento com espécies nativas, por exemplo;
  • Verificação da influência de empreendimentos de piscicultura sobre a ictiofauna em reservatórios que venham a comportá-los;
  • Verificação da influência de repovoamentos por terceiros (prefeituras e entidades diversas) na ictiofauna;
  • Produção de relatórios anuais de monitoramento.

Cronograma de Implantação do Plano de Ação de Emergência, em atendimento à Lei de Segurança de Barragens:

Programação: de 2/7/24 a 8/7/24

Municípios: Bituruna e Pinhão

Atividades previstas:

  • Levantamento cadastral da ZAS – Zona de autossalvamento, região mais próxima da usina, logo abaixo da barragem. (Copel, Defesas Civis Municipais e Geometrisa Serviços de Engenharia).
  • Implantação do projeto de sinalização (Copel, Defesas Civis Municipais e Geometrisa Serviços de Engenharia).
  • Treinamentos e simulados (Copel, Geometrisa Serviços de Engenharia e convidados: Defesa Civil Estadual, Defesa Civil Regional e Defesas Civis Municipais). 
    • Simulado de Mesa 
    • Simulado de Evacuação Interno na usina
    • Simulado de Evacuação Externo com a comunidade (ZAS).

*A Copel contratou a empresa Geometrisa Serviços de Engenharia Ltda para realizar as atividades em campo.