Usina Governador José Richa

A Usina Hidrelétrica Governador José Richa, inicialmente denominada de Salto Caxias, está localizada no rio Iguaçu, na divisa dos municípios de Capitão Leônidas Marques e Nova Prata do Iguaçu, no Estado do Paraná, a aproximadamente 500 km de Curitiba.

As obras civis para instalação da Usina começaram em 1° de janeiro de 1995 e a produção comercial da primeira unidade geradora ocorreu em 18 de fevereiro de 1999. Um prazo recorde para empreendimentos desse porte construídos no Brasil.

A Usina tem 1.240 megawatts (MW) de potência instalada, dividida em quatro unidades geradoras. Cada um dos geradores pode produzir eletricidade suficiente para abastecer uma cidade com um milhão de habitantes.

O Projeto

A barragem da Usina Gov. José Richa é do tipo gravidade, construída em concreto compactado a rolo (CCR). Ela tem 67 metros de altura máxima e 1.083 metros de comprimento na crista.

O uso do CCR na barragem garantiu menor custo, rapidez de execução e segurança contra cheias durante a construção, servindo de proteção às demais frentes de trabalho. Esse tipo de concreto leva em sua composição baixa quantidade de cimento e foi aplicado basicamente na edificação do corpo da barragem. As áreas onde há contato e atrito com água são revestidas de concreto convencional, também utilizado na construção da casa de força.

O reservatório formado com a construção do barramento do rio Iguaçu tem aproximadamente 141 km² e abrange parte dos municípios paranaenses de Capitão Leônidas Marques, Nova Prata do Iguaçu, Boa Vista da Aparecida, Boa Esperança do Iguaçu, Cruzeiro do Iguaçu, Três Barras do Paraná, Quedas do Iguaçu, São Jorge do Oeste e Salto do Lontra.

O vertedouro permite o controle da vazão de água represada através de quatorze comportas do tipo “segmento”, medindo 16,5 x 20 metros cada, permitindo uma vazão máxima de 49.600 m³/s. Isso equivale a 30 vezes o volume médio de vazão das cataratas do Iguaçu.

A tomada d’água, estrutura de concreto com 42 metros de altura, está equipada com quatro comportas que regulam a entrada de água nos condutos forçados – grandes tubulações que levam a água até as turbinas que estão na casa de força. Cada um dos condutos tem 11 metros de diâmetro e 105 m de comprimento.

A casa de força é do tipo abrigada, e conta com quatro conjuntos de turbinas e geradores de energia, cada um com 310 megawatts (MW) de potência, somando 1240 MW de potência instalada na Usina.  A energia produzida é suficiente para abastecer quase 40% da população do Paraná.

Operação

A usina é totalmente automatizada e comandada à distância, do centro de Operações de Geração e Transmissão da Copel, localizado em Curitiba e conta, também, com equipes locais altamente qualificadas para os serviços de Operação e Manutenção.

A Copel desenvolve uma série de ações de proteção ambiental na região da Usina, entre elas:

Inspeção ambiental do reservatório

Equipes percorrem a margem do reservatório, verificando a situação do lago e das Áreas de Preservação Permanente (APPs) , registrando eventuais situação de não-conformidade com a lei. Essas ocorrências são registradas por meio do programa de Geoprocessamento COLLECTOR for ArcGIS, que é instalado em smartphones ou tablets permitindo coletar e atualizar informações no campo e compor um mapa com os pontos de intervenção. Essas informações compõem um Sistema de Informações Geográficas Socioambiental “SSA Ocorrências”, que classifica as ocorrências de acordo com o grau de severidade e permite um acompanhamento até a completa solução de cada caso.

Este programa consiste em mapear a real situação das Áreas de Preservação Permanente (APPs) do empreendimento e, com base nessas informações, realizar o gerenciamento das áreas. Os dados cartográficos levantados pela Copel servem para apontar quais as necessidades de cada usina: cercamentos de áreas, adoção de técnicas de recuperação como plantio, nucleação ou condução da regeneração natural ou simplesmente monitoramento, este último visando especialmente identificar a biodiversidade da flora existente nas APPs e o grau de recuperação de cada área.

A Copel realiza periodicamente o monitoramento da qualidade da água dos seus reservatórios, em atendimento às seguintes normativas:

Resolução ANA/Aneel 03/2010 (que estabelece as condições e os procedimentos a serem observados pelos concessionários e autorizados de geração de energia hidrelétrica para a instalação, operação e manutenção de estações hidrométricas visando ao monitoramento pluviométrico, limnimétrico, fluviométrico, sedimentométrico e de qualidade da água associado a aproveitamentos hidrelétricos, e da outras providências );

Resolução Conama 357/2005 (dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes, e dá outras providências); e

Resolução Conama 430/2011 (dispõe sobre as condições e padrões de lançamento de efluentes, complementa e altera a Resolução no 357/2005).

Os efluentes gerados nos processos de produção da Usina são monitorados periodicamente em atendimento à Resolução Conama 357/2005 (que dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes, e dá outras providências); e da Resolução Conama 430/2011 (que trata sobre as condições e padrões de lançamento de efluentes, complementa e altera a Resolução no 357/2005).

A Copel realiza o gerenciamento de resíduos em conformidade com a Lei Federal 12.305/10 – Política Nacional de Resíduos Sólidos e Lei Estadual 12.493/99 (que dispõe sobre o gerenciamento de resíduos sólidos no Estado do Paraná), bem como demais legislações e normativas pertinentes, assim como atende às condicionantes previstas nas Licenças de Operação da Usina.

As instalações seguem as definições da Resolução Conama 275/2001, que estabelece o código de cores para os diferentes tipos de resíduos, a ser adotado na identificação de coletores e transportadores.

A Usina conta com um Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS), um instrumento da Política Nacional de Resíduo Sólidos que visa a realização de diversas ações desde a geração do resíduo até a sua destinação final. Esse plano é construído baseado no meio ambiente e no que é melhor para mantê-lo de forma sustentável e prevê ações desde a geração, acondicionamento, meio de transporte, transbordo, tratamento, reciclagem e outras fases, chegando até a disposição final dos resíduos.

Os resíduos administrativos recicláveis são destinados às associações de catadores de materiais recicláveis, por meio da Coleta Seletiva Solidária, conforme Decreto Estadual 8426/2017, que dispõe sobre a obrigatoriedade da separação seletiva dos resíduos sólidos administrativos recicláveis pelos órgãos e entidades do Poder Executivo.

Os resíduos industriais, em sua maioria gerados nas atividades de manutenção, são acondicionados em recipientes apropriados de acordo com a classificação do resíduo, se perigoso ou não. A grande maioria dos resíduos industriais gerados é encaminhada para reutilização e reciclagem pelo processo de alienação (venda), conforme estabelecido pela agência reguladora (Aneel).

Os resíduos não alienados são destinados de formas variadas, sempre respeitando a legislação ambiental.

O Monitoramento de Ictiofauna (peixes) é um programa de longa duração realizado nos reservatórios e rios relacionados aos empreendimentos de geração de energia sob concessão da Copel. Coletando dados desde 2003, o Programa apresenta uma base solida para análise das condições da fauna de peixes em quatro bacias hidrográficas presentes em território do Estado do Paraná. Os relatórios deste Programa de Monitoramento são anualmente protocolados junto ao Instituto Ambiental do Paraná (IAP), abastecendo o órgão ambiental com importantes informações para conservação dos recursos naturais, além de cumprir com condicionantes ambientais de diversos empreendimentos.

O objetivo geral deste Programa é o monitoramento continuo da ictiofauna dos corpos d’água relacionados aos empreendimentos da Copel, gerando informação cientifica e orientações para ações de manejo, incluindo:

  • Informações sobre a ecologia e biologia das comunidades de peixes;
  • Identificação de variações nessas comunidades ao longo do ano;
  • Identificação de mudanças de longo prazo nas comunidades em estudo;
  • Verificação da necessidade de medidas de manejo, como o repovoamento com espécies nativas, por exemplo;
  • Verificação da influência de empreendimentos de piscicultura sobre a ictiofauna em reservatórios que venham a comportá-los;
  • Verificação da influência de repovoamentos por terceiros (prefeituras e entidades diversas) na ictiofauna;
  • Produção de relatórios anuais de monitoramento.
As barragens são estruturas importantes para o negócio da Companhia, pois concentram a maior parte da capacidade de geração de energia.
 
É importante salientar que as barragens de usinas hidrelétricas possuem padrões construtivos e critérios de segurança bem consolidados e que a verificação da segurança é realizada em todas as fases – projeto, construção e operação. No entanto, como em qualquer obra de engenharia, apresentam risco intrínseco associado a diferentes fatores, internos ou externos.
 
A fim de mitigar riscos e garantir a integridade das barragens sob sua responsabilidade, a Copel atua de forma preventiva por meio de critérios e procedimentos alinhados às melhores práticas de engenharia e à legislação vigente. As usinas hidrelétricas possuem Plano de Segurança de Barragem (PSB) e o Plano de Ação de Emergência (PAE), em conformidade com os parâmetros legais.
 
Em atendimento à Lei de Segurança de Barragens, segue o Cronograma de Implantação do Plano de Ação de Emergência:
 

Programação: de 30/7/24 a 16/9/24

Municípios: Nova Prata do Iguaçu, Realeza, Capitão Leônidas Marques e Santa Izabel do Oeste (PR) 

Atividades previstas:

  • Levantamento cadastral da ZAS – Zona de autossalvamento, região mais próxima da usina, logo abaixo da barragem. (Copel, Defesas Civis Municipais e Geometrisa Serviços de Engenharia).
  • Implantação do projeto de sinalização (Copel, Defesas Civis Municipais e Geometrisa Serviços de Engenharia).
  • Treinamentos e simulados (Copel, Geometrisa Serviços de Engenharia e convidados: Defesa Civil Estadual, Defesa Civil Regional e Defesas Civis Municipais). 
    • Simulado de Mesa 
    • Simulado de Evacuação Interno na usina
    • Simulado de Evacuação Externo com a comunidade (ZAS).

*A Copel contratou a empresa Geometrisa Serviços de Engenharia Ltda para realizar as atividades em campo.