Projetos sociais

Copel investe em projetos que beneficiam povos indígenas

A Copel destinou nos últimos dois anos mais de R$ 6 milhões de reais para projetos desenvolvidos em 28 terras indígenas do Paraná. Os investimentos abrangem novas ligações de energia, promoção do uso eficiente da eletricidade, além de programas sociais e ambientais de compensação pela construção da Usina Hidrelétrica Mauá.

Já em 2013, devem ser aplicados mais R$ 7,8 milhões nas ações que estão em andamento. A maior parte, R$ 6,2 milhões, referem-se aos projetos da Usina desenvolvidos em oito terras indígenas e cerca de R$ 1,6 milhão será investido pela Copel na instalação de painéis fotovoltaicos em aldeias localizadas no litoral do Estado e novas ligações de energia em comunidades do interior.

PBA Indígena

A Usina Hidrelétrica Mauá elaborou um Projeto Básico Ambiental (PBA) específico para as terras indígenas que tiveram sua dinâmica influenciada pela construção do empreendimento: Mococa, Queimadas, Apucaraninha, Barão de Antonina, São Jerônimo, Laranjinha, Pinhalzinho e Iwy Porã. O projeto reúne uma série de programas de cunho social e ambiental, definidos em conjunto com os indígenas.

Em 2012, o PBA indígena absorveu R$ 1,1 milhão em investimentos por parte da Copel. Para este ano, mais R$ 6,2 milhões devem ser aplicados em infraestrutura nas aldeias – com a construção de escritórios, garagens, oficinas mecânicas, barracões para armazenamento de grãos e insumos agrícolas e viveiros de mudas. Todos os insumos e maquinário necessários ao plantio e colheita das safras e à criação animal estão sendo comprados pela Usina e repassados aos índios.

Para a safra deste ano, foram plantados cerca de 340 hectares nas oito terras indígenas e a expectativa é de que a produção alcance cerca de 80 toneladas, que serão destinadas ao consumo das famílias e à formação de um banco de sementes. O excedente deve ser comercializado.

Para auxiliar a execução dos diversos programas socioambientais, 39 veículos como tratores, caminhões, ônibus, camionetes, carros, van e ambulância estão sendo entregues este ano pela Usina Mauá, que também paga as despesas com seguros, licenciamentos e cursos de habilitação para os índios. "Pela primeira vez estamos tendo ajuda técnica para plantar a safra. Está sendo uma benção porque estávamos carentes de recursos. Agora vamos fazer a nossa parte para preservar os veículos que recebemos", afirmou o cacique Guarani da Terra Indígena São Jerônimo, Cleber Lourenço da Sila.

Outro foco do projeto é a capacitação técnica e a contratação dos índios para atuar como auxiliares de produção vegetal e animal, agentes de defesa ambiental, viveiristas, técnicos agrícolas. Atualmente, 58 índios já estão contratados e recebendo salário para realizar esses serviços. Também está prevista a formação em apicultura, agroecologia, agricultura orgânica e operação de tratores.

Luz para todos

A Copel realizou nos últimos dois anos a ligação de 86 residências em seis comunidades indígenas cadastradas no programa de universalização do acesso à eletricidade Luz para Todos. Foram investidos R$ 311 mil na extensão da rede, instalação de postes e equipamentos. Em 2013, serão feitas mais 124 ligações em três aldeias, trabalho orçado em R$ 624 mil.

Energia solar e inclusão social

Para chegar às comunidades indígenas localizadas em unidades de conservação ambiental ou outras áreas onde não é viável implantar a rede de distribuição de energia, a Copel desenvolveu um projeto de atendimento com energia fotovoltaica, produzida por painéis que geram eletricidade a partir da radiação solar.

A iniciativa levará energia a cerca de 350 famílias que vivem no litoral paranaense, nas terras indígenas de Sambaquí, Cerco Grande, Cotinga e Shangri-lá. O investimento total no projeto será de aproximadamente R$ 1 milhão. A aldeia Sambaquí, que fica em Pontal do Paraná, foi a primeira a receber os painéis fotovoltaicos. As nove famílias residentes nesta comunidade também foram contempladas pelo Programa de Eficiência Energética e receberam geladeiras novas e sistema de aquecimento de água com coletores solares.

Segundo Dona Florinda, vice cacique da comunidade, o projeto mudou sua rotina para melhor: "Agora posso conservar os alimentos e não preciso mais caminhar nove quilômetros para carregar a bateria do celular", conta.

As residências contempladas terão energia suficiente para ligação de geladeira, televisão, rádio, ventilador e outros equipamentos eletroeletrônicos de baixo consumo. O sistema foi concebido para operar com energia acumulada por pelo menos 3 dias sem incidência de sol. Neste projeto a Copel fornece também um kit de instalação interna composto por lâmpadas, tomadas, interruptores e fiação elétrica.

Em cada uma das casas, além do medidor convencional, é instalado um medidor eletrônico com visor que indica a melhor forma de usar a energia acumulada, indicando quanto cada unidade tem de disponibilidade para consumo. Todos os indígenas incluídos no projeto são devidamente cadastrados no sistema de faturamento da Copel e passam a ter um endereço e uma referência para sua localização.

Eficiência Energética

A Copel levou o Projeto de Eficiência Energética a quinze terras indígenas em 2011 e 2012. O objetivo era reduzir o desperdício e aumentar a segurança no uso da energia nessas comunidades.

Ao todo foram substituídos 1.412 chuveiros elétricos convencionais por modelos com recuperador de calor ou com aquecimento por energia solar. Também foram trocadas 476 geladeiras antigas por novas que consomem menos energia e substituídas 5.377 lâmpadas incandescentes por fluorescentes. O projeto promoveu, ainda, a regularização da instalação elétrica interna em 1.058 casas – incluindo troca de fiação, quadro de distribuição, tomadas, interruptores, além de instalação de padrão de energia quando necessário.

Cerca de 10 mil indígenas foram beneficiados por essa iniciativa, que recebeu mais de R$ 4,8 milhões em investimentos.

Cursos incentivam produção em terras indígenas

O Consórcio Energético Cruzeiro do Sul (responsável pela implantação da Usina Hidrelétrica Mauá), em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), está promovendo uma série de cursos nas oito terras indígenas que fazem parte do Projeto Básico Ambiental (PBA) do empreendimento para a questão indígena. A maior parte dos cursos está relacionada com o Programa de Apoio às Atividades Agropecuárias - um dos oito do PBA e que já forneceu apoio técnico e financeiro para o plantio de 262 alqueires de milho, feijão e arroz nas comunidades.

Entre os cursos já realizados estão o de produção de sementes crioulas, bovinocultura de corte e de leite, milho orgânico, meliponicultura, cestaria, derivados de mandioca e de leite, artesanato em madeira e tecido. Também foram realizados cursos de manutenção e operação de tratores e implementos agrícolas, destinados aos indígenas que foram contratados pelo Consórcio para operar o maquinário entregue às terras indígenas em março, por meio do PBA.

Em março deste ano, indígenas das comunidades São Jerônimo e Barão de Antonina (localizadas em São Jerônimo da Serra – PR) participaram dos cursos. Na Terra Indígena São Jerônimo, quinze mulheres fizeram o curso de derivados de mandioca – que resultou, entre outros, na produção de bolo, sonho, pão e caldo. Com todas as vagas ocupadas, o cacique Guarani de São Jerônimo, Cleber Lourenço da Silva, já solicitava à equipe do PBA uma segunda edição. No mês anterior, 12 homens da Reserva haviam participado de um curso de produção de mel.

Como o rebanho bovino é maior na Terra Indígena Barão de Antonina, lá foi realizado o curso de derivados de leite, também ministrado por instrutores do Senar. A estrutura e material necessários para a realização dos cursos são fornecidos pelo Consórcio Cruzeiro do Sul, contando com o apoio dos próprios indígenas – que se mobilizam para que a iniciativa beneficie o maior número possível de pessoas.