Ativos da Distribuição

Uma senhora em plena forma

Distribuição adota estratégia de investir na renovação dos ativos para manter agilidade, flexibilidade e redução de custos

por Rakelly Schacht

Em três anos, a Copel Distribuição estará mais jovem do que é hoje. O fato, aparentemente contraditório, será possível graças a um amplo programa de renovação dos ativos da empresa, que promete revolucionar a operação do sistema e ainda otimizar a remuneração pelos serviços prestados. Até 2015, serão substituídos mais de 3 mil equipamentos já depreciados por outros novos em folha. São religadores, disjuntores, relés de proteção e reguladores de tensão que darão maior confiabilidade e qualidade ao fornecimento de energia, possibilitando a implantação de tecnologias de última geração para tornar as redes de distribuição cada vez mais inteligentes.

Para promover este verdadeiro rejuvenescimento, a Superintendência de Engenharia de Distribuição foi responsável por realizar um diagnóstico bastante complexo e estabelecer as prioridades. Um dos principais desafios postos é conciliar as obras com a continuidade do fornecimento, ou seja, executar expressivo investimento sem desligar a rede. “Fazer esta renovação com o sistema energizado é uma questão de engenharia bastante complexa”, define o gerente do Departamento de Manutenção Eletromecânica e Automação, Julio Shigeaki Omori.

Se já é difícil trocar um equipamento sem interromper o fornecimento, o que dizer então sobre a tarefa de refazer uma subestação inteira? Pois é o que, segundo Omori, ocorrerá com 12 unidades de Curitiba e municípios vizinhos, região que será também anfitriã da Copa do Mundo, em 2014. O processo, chamado de “retrofit”, incluirá reforma completa nas partes civil e de equipamentos, diminuindo o custeio e aumentando a vida útil das subestações. “Algumas delas são bastante antigas e estão localizadas em pontos estratégicos da capital, sendo absolutamente indispensáveis”, afirma o engenheiro.

Tanto trabalho, porém, não demorará a ser recompensado. Ao contrário. Na avaliação do superintendente de Engenharia de Distribuição, Christovão Pessoa Junior, o investimento na renovação de ativos já começa a trazer benefícios ao consumidor. “Ano passado obtivemos os melhores índices da história da Companhia, o que já é um reflexo da instalação de equipamentos mais modernos e confiáveis, além do reforço de infraestrutura e da aplicação dos sistemas de automação”, relata. Ele ainda destaca a importância desse processo para o caixa da empresa, já que os custos de manutenção são substancialmente reduzidos com a renovação dos ativos. “Também é importante lembrar que a concessionária é remunerada pela estrutura de seu parque tecnológico”, complementa.

REDE INTELIGENTE

Pavimentada a trilha em busca de um “corpo” mais jovem, resta cuidar para que ele seja acompanhado de uma “mente” com cada vez mais recursos. Para aprimorar o desempenho do sistema, está prevista a compra de novos softwares para a operação, o que deve ocorrer já em 2013.

A automação das redes elétricas está se tornando uma realidade cada vez mais presente: nos próximos anos, 650 chaves e religadores automatizados serão instalados em toda a rede da Copel, agilizando a recomposição do sistema nos desligamentos acidentais. Uma nova geração de chaves também começa a ser testada em Curitiba, Fazenda Rio Grande e Foz do Iguaçu: são chaves automatizadas inteligentes, que dispensam a intervenção humana na operação.

NOVAS OBRAS

Além da renovação da estrutura já existente, a construção de novas unidades deixará o sistema mais robusto, confiável e flexível. Só para 2012, está prevista a energização de 12 subestações de distribuição. “Antigamente colocava-se em operação, em média, uma subestação ao ano. Estamos em um ritmo de trabalho bastante intenso”, enfatiza o superintendente de Engenharia.

Aqui também há tecnologia nova sendo aplicada: em obras futuras será utilizado o sistema de subestação blindada, com isolamento por gás hexafluoreto de enxofre (SF6). Neste caso, o gás, que já é amplamente utilizado em chaves e disjuntores, por exemplo, isolará todos os equipamentos energizados em alta tensão na subestação. De acordo com o gerente Julio Omori, o novo uso deste recurso otimizará o espaço em áreas urbanas de grande densidade demográfica. “Além disso, ganharemos agilidade na construção e o sistema demandará menos manutenção”, afirma. As primeiras cinco unidades blindadas já foram licitadas e serão construídas em Curitiba. A tecnologia também será utilizada no processo de renovação das subestações Capanema e Centro, na capital.

NUNCA DESLIGAMOS TÃO POUCO

A Copel registrou, em 2011, os menores índices de desligamentos não programados em toda a sua história. A Duração Equivalente por Consumidor (DEC), que mede o tempo médio em horas durante o qual os domicílios permaneceram desligados ao longo do ano, foi de 10,35, o que representa uma redução de 10% em relação ao índice verificado no ano anterior. Já a Frequência Média por Consumidor (FEC), dado que informa a quantidade média de desligamentos no ano, encerrou em 8,12, diminuição de 14% em relação ao resultado de 2010.

Os índices DEC e FEC foram criados no setor elétrico em 1990, com o propósito de medir o grau de qualidade dos serviços de distribuição de energia sob o enfoque da continuidade e da disponibilidade ao usuário.