Gerenciamento

Copel se prepara para os desafios da expansão da geração e transmissão

A Companhia está fazendo investimentos, melhorando seus processos e multiplicando o expertise

por Luiz Gustavo Martins

O desafio está lançado para todos no Mapa Estratégico Corporativo da Copel: expandir os negócios em que atua, de forma rentável e sustentável. Para isso, a Companhia vem participando de leilões e se empenha na análise de viabilidade de novos negócios de modo a garantir o aumento de participação nos negócios Geração, Transmissão e Telecomunicações. Mas o desafio não para aí. É fundamental crescer, sim, e tão importante quanto é se preparar para administrar e operar os ativos que chegam mantendo a marca da excelência da Copel.

A Diretoria de Geração e Transmissão de Energia e de Telecomunicações se antecipou e vem se preparando para fazer frente a essa expansão sem precedentes na história da empresa. Além de investimentos, a expansão requer a multiplicação de expertise, a melhoria de processos e muito planejamento.

OPERAÇÃO

A operação é uma das áreas em que o desafio pode ser claramente percebido na DGT. O Centro de Operação da Geração - COG é responsável pela operação remota, a partir de Curitiba, de praticamente todas as usinas da Copel e das principais usinas em que temos participação. Mesmo sendo referência quanto à operação de usinas, o COG iniciou um movimento de modernização, através do qual se pretende unificar os sistemas de supervisão e controle, integrando as usinas e otimizando processos. Além de unificar e padronizar o sistema, que hoje utiliza quatro softwares diferentes e cerca de 855 telas, a modernização facilitará a comunicação e dará agilidade aos procedimentos, permitindo a obtenção de dados, rastreabilidade de documentos e a busca de informações por setores externos (diretoria, gerências e a engenharia de manutenção). Outra facilidade proporcionada pela modernização está na aquisição de um simulador para capacitação do quadro de operadores do COG e das usinas. Através dele será possível simular ocorrências diversas, o que preparará melhor esses profissionais. Além da operação, a própria manutenção do COG será beneficiada, pois a manutenção do novo sistema poderá ser realizada sem necessidade de desligamentos ou interrupções, diferentemente do que acontece atualmente

Nessa linha, a DGT pretende implantar o COGT, que será um centro de operação com requisitos para atender tanto a concessão de geração quanto a de transmissão. Como a modernização do atual COG busca a utilização de uma plataforma única para todas as usinas, um grupo de trabalho está estudando os requisitos para a integração da operação do sistema de transmissão da Rede Básica da Copel no projeto, de modo que o centro atenda a Copel Geração e Transmissão por inteiro. Por exemplo, se a Usina Colíder será operada à distância, o mesmo pode ocorrer com o sistema de transmissão da Sociedade de Propósito Específico (SPE) Matrinchã, que a Copel construirá junto com a chinesa State Grid na mesma região.

EQUIPES PARA AS NOVAS USINAS

A Usina Hidrelétrica Mauá já se encontra em fase de comissionamento e, em breve, entra em operação comercial. Mas, para isso, desde agosto de 2009 uma equipe vem sendo montada, instalada e já vem atuando na região. O mesmo já começou a ser feito em relação à Usina Hidrelétrica Colíder. No fim deste ano, será promovido o segundo concurso público no Mato Grosso para contratar profissionais para a equipe que já está sendo estruturada. E se a palavra-chave é antecipar, a DGT já se mobiliza para formar uma equipe de O&M com foco na geração eólica.

SISTEMA DE GESTÃO INTEGRADO - SGI

Todas as equipes que atuam na operação e manutenção das usinas da Copel estão empenhadas num desafio inédito no setor elétrico brasileiro. É a primeira vez que uma empresa busca a certificação em todos os seus processos de O&M nas normas ABNT ISO 9001:2008 (qualidade), ABNT ISO 14001:2004 (meio ambiente) e OHSAS 18001:2007 (saúde e segurança do trabalho). Trabalha-se duro para que, no segundo semestre de 2013, seja realizada a auditoria externa de certificação pelo órgão certificador, no caso, a ABNT. O SGI é a garantia de que a qualidade que está presente nos processos de O&M das usinas do parque gerador da Copel seja estendida para os novos empreendimentos, de forma a atender a exigências de nível internacional e a todos os requisitos legais e institucionais.

EXPANSÃO BRANDA

Paralelamente ao esforço para ampliação do mercado, estão em andamento os projetos de modernização das usinas Gov. Parigot de Souza (inaugurada há 41 anos) e Gov. Bento Munhoz da Rocha Netto (há 32 anos em operação). Nesta, estuda-se a possibilidade de acréscimo de duas novas unidades geradoras, o que se reverterá numa expansão propriamente dita. Essas modernizações resultam em ganhos de confiabilidade e de rendimento dos equipamentos, melhorando ainda mais os índices da Copel nesse sentido.

CONFIABILIDADE E ROBUSTEZ NAS TELECOMUNICAÇÕES

Para atender à modernização do sistema e à expansão da Companhia é preciso contar com uma rede confiável de telecomunicações, tanto para os processos de operação remota como para transporte de informações. A Copel dispõe de uma rede formada por cabos para-raios ópticos (OPGW - Optical Ground Wire) que confere ainda mais confiabilidade ao sistema, uma vez que este tipo de cabo é mais resistente que a fibra óptica convencional. Até o fim de 2012, esta rede estará nos 399 municípios paranaenses, e já começa a transpor as fronteiras do Estado.

A esta rede básica e estrutural de fibras ópticas estão conectados os equipamentos DWDM - Dense Wavelenght Division Multiplex e SDH - Sincronous Digital Hierarchy, de 10G, 2,5G, 622M e 155Mbps, que, em conjunto com as fibras, formam uma rede de transporte de alta capacidade, com configurações em anéis redundantes (mantêm o perfeito funcionamento do sistema mesmo em caso de falhas), de alta confiabilidade para o provimento de serviços em todo o Paraná.

Ligados à rede estão os centros de operação (CODs, COS, COG, COT etc.), através dos quais é operado todo o sistema da Copel.

ATENDIMENTO ÀS REDES INTELIGENTES DE DISTRIBUIÇÃO

Visando reduzir ao máximo os inconvenientes dos clientes em caso de possíveis quedas ou interrupções na rede, a Copel Telecomunicações está implantando um novo ingrediente nas redes de distribuição. Essa atualização está sendo feita de maneira que os pontos críticos do sistema – ou seja, aqueles pontos em que, por algum motivo, tenham o fornecimento de energia interrompido ou apresentem problemas técnicos – sejam isolados, de forma a impactar o menor número possível de clientes. Em 2013, será implantado um piloto desse projeto em Fazenda Rio Grande.

TELECOMUNICAÇÃO CORPORATIVA

A rede de telecomunicações da Copel vai além da operação, transmissão e transporte de dados. Toda a telefonia que integra todas as áreas da Copel opera com rede própria, ou seja, todos os quase 9 mil ramais da Companhia fazem parte de um sistema próprio.

Em 2008, começou a ser implantado na Copel o serviço de telefonia sobre IP. Hoje são cerca de 1.700 ramais distribuídos pelas unidades administrativas, call centers, além de todos os postos de atendimento nas cidades em que a Copel está presente. Em 2013, a meta é levar o serviço aos grandes polos.

INTERNET NAS USINAS

O sistema de telecomunicações não restringe suas atividades somente à operação, mas está também presente na comunicação. Um exemplo claro foi a implantação de acesso à internet nas vilas residenciais das usinas Gov. Bento Munhoz (Faxinal do Céu) e Gov. Ney Braga (Segredo), que antes não contavam com acesso à grande rede.

DATACENTER

Diante da expansão da Companhia como um todo, bem como a ampliação do número de clientes de telecomunicações da Copel, o Datacenter está passando por um processo de ampliação. O projeto tem como objetivo adequar o sistema de armazenamento de dados, estratégico para a Companhia, às necessidades dos negócios, além de garantir o atendimento à demanda de clientes externos. A proposta é oferecer um sistema ainda mais seguro para a Companhia e para os clientes, além de atender aos mais rigorosos requisitos e normas nacionais e internacionais de certificação.

O processo foi dividido em duas etapas, sendo que a primeira teve início em 2011, com a adequação da estrutura elétrica, mediante a instalação de um novo grupo gerador, com capacidade de 750 kVA e novos nobreaks e bancos de baterias. Esta etapa contou com a colaboração da SIT. A segunda fase consistirá na reforma da estrutura física civil e terá início em 2013, com previsão de conclusão para março de 2014. O projeto terá custo estimado de R$ 16 milhões.

Ocupando atualmente uma área de 350 m² no Polo km3 e 75 m² na Padre Agostinho (backup), os Datacenters abrigam todos os sistemas de informática da Copel, os servidores de missão crítica, as soluções de backup, as gerências de diversas aplicações, bancos de dados e sistemas operacionais.

“A ampliação do Datacenter é importante, pois não somente estaremos preparados para as demandas de expansão da Copel, como poderemos explorálo como um negócio junto ao mercado externo”, declara Antônio Carlos Melo, superintendente de Telecomunicações da Copel.

DESAFIO DA O&M DA TRANSMISSÃO

Atualmente, a Companhia trabalha em 21 empreendimentos próprios de transmissão, 114 obras de modernização de linhas e subestações no Paraná, além de deter participação em sete empresas que instalarão nove subestações e 3.262 km de linhas de transmissão no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Minas Gerais, Maranhão, Mato Grosso, Goiás e Paraná. Com isso, a Copel praticamente dobrou seu sistema de transmissão da Rede Básica.

Os novos empreendimentos em São Paulo consistem em uma linha de transmissão com 356 km de extensão, conectando as subestações Araraquara 2 (500 kV) e Taubaté (500 kV), além de uma subestação de 230 kV na cidade de Cerquilho. Este sistema está previsto para entrar em operação até o final de 2013. É necessário estruturar as áreas e as equipes de forma que possam ser desenvolvidas atividades de O&M nessas instalações. A título de ilustração, vale citar que a unidade de transmissão mais próxima da subestação Taubaté fica em Londrina, a quase 800 km de distância. Além disso, serão também necessárias obras civis para montagem de aparato de segurança, bem como a contratação de serviços, como zeladoria e vigilância.

Está no planejamento de implantação da operação e manutenção dos ativos o deslocamento de cinco empregados da Superintendência de Operação e Manutenção de Instalações de Transmissão para a região, sendo dois para Araraquara, dois para Cerquilho e um para Taubaté. Mais três serão contratados por meio de concurso (um para cada unidade).

“Frente a esse grande número de empreendimentos, principalmente em São Paulo, estamos priorizando levar a identidade Copel para lá. Para isso, estamos treinando alguns copelianos, que serão transferidos para Araraquara, Taubaté e Cerquilho, para que possam, em conjunto com as novas contratações, manter o mesmo nível de excelência na manutenção e operação do Sistema Elétrico de Potência que desempenhamos no Paraná, onde temos superado nossas metas de disponibilidade de transmissão”, registra Ana Rita Xavier Haj Mussi, Superintendente da SIT.

Há também a certeza de novos empreendimentos no futuro, em frentes geográficas ainda mais desafiadoras. E o fato de podermos ajudar no crescimento da Copel faz com que nossas equipes se sintam com responsabilidade e grau de satisfação no trabalho diferente do que vinham apresentando até então”, destaca Celso Louzada Lemos, gerente da Unidade de Transmissão Norte.

“Nosso diretor (Jaime Kuhn, DGT) costuma afirmar que devemos sempre estar preparados para novas oportunidades antes de o problema chegar. Nesse enfoque, já levantamos todos os possíveis problemas que poderemos enfrentar em São Paulo e estamos nos antecipando aos futuros desafios“, completa Celso.