TORRE AO CHÃO!

Era início da tarde de 28 de março quando engenheiros e técnicos da Diretoria de Geração e Transmissão (DGT) receberam o alerta: havia um desligamento e, provavelmente, estava no chão uma torre da linha de transmissão Bateias-Ponta Grossa Sul, em São Luís do Purunã, na região dos Campos Gerais. Prontamente, os engenheiros da Superintendência de Operação e Manutenção de Instalações de Transmissão (SIT) começaram a planejar a operação de emergência e acionaram as Unidades de Transmissão de todas as regionais da Copel.

Técnicos de Maringá, Figueira, Ponta Grossa, Pato Branco, Londrina e de Curitiba se mobilizaram para atender a emergência. O Departamento de Engenharia da Manutenção da Transmissão (SIT/DEMT) calculou que seriam necessários dois mastros de estrutura de emergência. Isso demanda muito material. “Quando acontece este tipo de situação a adrenalina sobe um pouco. Mas, como esse é o nosso trabalho, temos que encarar com naturalidade”, afirmou o engenheiro da DEMT responsável pela logística desta operação, Rafael Bee.

Esta é a segunda emergência do tipo nos últimos cinco anos – época em que a Copel adotou o procedimento de levantar estruturas de emergências para religar a rede até que a torre seja recuperada. A primeira emergência aconteceu em outubro do ano passado na linha de transmissão Chavantes-Figueira.

“Assim que soubemos da emergência verificamos se tínhamos caminhões disponíveis. Equipamos os veículos e pegamos a estrada até o ponto de encontro”, contou o técnico Antonio Moacir dos Santos, da Unidade de Transmissão Norte (UTNOR).

CHEGANDO NO LOCAL DA EMERGÊNCIA

Tanto os técnicos quanto os engenheiros que participaram da parte prática da operação tiveram uma surpresa ao chegar no local da emergência. Ao invés de se depararem com uma torre caída, encontraram um grupo de engenheiros da DGT e descobriram que o procedimento seria, na verdade, um treinamento. A ideia era testar a logística e, com todos no local, a montagem da estrutura de emergência.

“A ideia surgiu após a emergência ocorrida ano passado, quando percebemos oportunidades de melhoria”, afirmou o supervisor da DEMT, Rodrigo Diniz. Então, o presidente Lindolfo Zimmer, e o diretor da DGT, Jaime Kuhn, tiveram a iniciativa de fazer o treinamento. “Montamos um grupo de trabalho com poucas pessoas e mantivemos o sigilo inclusive dentro da nossa área”, contou Diniz.

Segundo o engenheiro, o resultado foi muito satisfatório. “As equipes reagiram com muita agilidade. Não foi escolhido um local de difícil acesso, porém, a modalidade do trabalho era a mais complicada”, afirmou. Diniz contou que os técnicos trabalharam “de sol a sol, agindo como se fosse uma situação real de emergência.

O resultado foi o reestabelecimento do sistema muito antes do tempo máximo determinado pela Aneel e pela ONS. Às 13h30 do dia 28, o presidente da Copel deu início à operação com uma ligação para o Centro de Operação do Sistema (COS). Dois dias depois, às 10h23, a linha foi devolvida à operação e reenergizada 15 minutos depois. O limite máximo para recomposição do sistema é de 64 horas. Os técnicos da Copel levaram cerca de 45 horas.

“O treinamento foi muito válido para sentirmos a evolução das equipes em relação ao último episódio. Muitos pontos foram aprimorados, principalmente quanto a mobilização do pessoal, que foi bem mais rápida, pois o pessoal já sabia o que levar e como acondicionar o material. Assim, na hora da montagem todos já sabiam como usar o material e onde se posicionar”, concluiu Antonio Moacir dos Santos.

O exercício simulado envolveu, além das equipes de operação e manutenção da transmissão, engenharia de manutenção, profissionais de segurança do trabalho, segurança empresarial e telecomunicações.

CONTINUIDADE

“É importante ressaltar que o exercício não se encerra na fase prática de montagem de estruturas de emergência. Há ainda uma importante etapa a ser realizada, com a participação de todos os envolvidos, que é a análise crítica do processo onde serão identificados os pontos fortes e as oportunidades de melhoria a serem trabalhadas para aprimoramento de nossos procedimentos”, afirmou a superintendente de Operação e Manutenção das Instalações de Transmissão (SIT), Ana Rita Haj Mussi.

O exercício simulado contou com a visita do diretor da DGT, Jaime Kuhn, que na manhã do dia 30 acompanhou a finalização dos trabalhos em campo e realizou o fechamento da atividade. “ Nossas equipes devem estar preparadas para atuar em situações difíceis. A continuidade de nossos serviços depende da nossa vigilância. Nesse contexto, os exercícios simulados aprimoram nossas técnicas e habilidades”, concluiu.