NOVAS ENERGIAS

Copel ganha diretoria com foco em novas fontes de geração de energia

por Andréa Bordinhão

  • Ternes Neto
  • Novas Fontes de Geração de Energia

A Copel ganhou, em abril, a Diretoria de Novas Energias - DNE, que tem por escopo avaliar as oportunidades de negócios relacionados a novas fontes para geração de energia elétrica. A DNE ficará sob o comando do engenheiro químico Henrique José Ternes Neto, que trabalhou na Copel por 25 anos – sendo nove à frente do Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento (Lactec). O trabalho inicial da nova diretoria será voltado à energia eólica. No entanto, outras fontes, como a solar e a biomassa, também vão receber atenção especial.

A proposta de criação da Diretoria de Novas Energias foi aprovada pelo Conselho de Administração da Copel em 21 de março e homologada pela Assembleia Geral de Acionistas. A iniciativa vem ao encontro do uso crescente das novas tecnologias para a geração de energia por meio de fontes alternativas e das pesquisas e investimentos que a Copel tem feito neste sentido. Neste princípio de atividades, somente a Coordenação de Energias Renováveis (CER), que era subordinada à Diretoria de Engenharia, integrará a estrutura da nova diretoria.

MAPA ESTRATÉGICO

Segundo o Ternes Neto, a grande fronteira de expansão de geração hoje é a energia eólica. “É necessário e viável que esta fonte de geração entre na matriz energética da Copel. Por isso, queremos inserir a Companhia neste contexto e colocar a energia obtida dos ventos no seu portfolio de geração”, afirma. Ele cita a participação adquirida há alguns meses pela Copel em um parque eólico que está sendo instalado no interior do Rio Grande do Norte, com 94 MW (megawatts) de potência. “Essa ação já foi um começo”.

Para o novo diretor, a energia eólica já está consolidada e, na sua expectativa, dentro de dois anos essa fonte terá participação significativa na matriz energética da Copel. “Queremos desenvolver uma alternativa de negócio que traga rentabilidade, contribuindo para o crescimento sustentável da Companhia”, explicou.

Ele adianta que o interesse da Diretoria de Novas Energias está em projetos que agreguem valor à Copel no curto e médio prazo. “As pesquisas são importantes, sem dúvida, mas temos que escolher tecnologias que já estejam suficientemente maduras para agregar resultados à empresa, e a energia eólica é uma tecnologia consolidada”, detalha. “Hoje, são gerados mais de 230 mil MW no mundo com a força dos ventos”.

A nova diretoria já se prepara com vistas à participação da Copel em dois leilões de energia eólica nos próximos meses. “Queremos participar de leilões nacionais, pois a maior parte dos parques eólicos de grande potência está no Nordeste brasileiro”, comenta. “Quero me pautar pelas palavras que escutei do próprio governador Beto Richa: fazer o que é bom para a Copel”, concluiu.

Durante a posse de Ternes Neto, o presidente Lindolfo Zimmer se mostrou alinhado ao discurso do novo diretor. “Esta é uma área na qual precisamos nos aprofundar devido ao grande potencial de desenvolvimento. A Copel não pode abrir mão de todas essas possibilidades em novas energias que se apresentam”, afirmou.

DE OLHO NO FUTURO

O poder dos ventos é o principal foco da Diretoria de Novas Energias, mas não é o único. “Há uma série de prospecções em torno de outras tecnologias para geração de energia elétrica, como a solar e biomassa, que vão merecer atenção especial da Copel. Um exemplo é a geração térmica com biomassa da indústria canavieira”, conta Ternes Neto.

Segundo o diretor, o nome Novas Energias surgiu porque esta diretoria vai estar sempre “trabalhando à frente do nosso tempo”, olhando para o futuro. “No médio prazo, haverá a inserção de novas tecnologias que hoje ainda estão sendo pesquisadas mundialmente e com as quais a Copel deverá estar em sintonia”, conclui.

CONHEÇA O NOVO DIRETOR

Henrique José Ternes Neto começou sua jornada na Copel em 1980 como estagiário na divisão Físico-Química, subordinada ao departamento de Manutenção de Usinas. Dois anos depois, passou em concurso e efetivou-se como empregado da Companhia, onde trabalhou até 2005.

Nos 25 anos em que esteve na Copel exerceu diversos cargos gerenciais, mas conta que seu maior orgulho foi ter liderado a criação do Lactec e tê-lo gerenciado por nove anos. Depois de deixar a Copel, Ternes Neto trabalhou por cinco anos na área de energia eólica. Foi coordenador no desenvolvimento e implantação dos parques eólicos da Dobrevê Energia - Desa e assessor da Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL) no desenvolvimento e implantação dos primeiros parques eólicos do complexo Santa Clara.

Ternes Neto é mestre em Ciência e Engenharia de Materiais pela Universidade Federal de São Carlos e especialista em Produção e Suprimentos pela PUC do Paraná. Mais recentemente, ocupava o cargo de diretor adjunto da Copel Geração e Transmissão. Ele também é professor do Departamento de Engenharia Química da UFPR desde 1988.