ENERGIA SOLAR

Luz sustentável brilha nas ilhas do litoral

Energia solar leva qualidade de vida e consciência ambiental a Superagui, Ilha das Peças e Ilha do Mel

por Dalmo Borba

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A energia que combina qualidade de vida e preocupação ambiental começou a beneficiar moradores das ilhas do litoral paranaense. A eletricidade produzida através da luz solar já foi testada em projeto-piloto e, ao ser totalmente implementada, vai melhorar a vida de 369 famílias que vivem em comunidades de Superagui, da Ilha das Peças e da Ilha do Mel. O projeto de energia fotovoltaica integra o Programa Luz Para Todos e não tem custos para a população.

Para levar luz aos moradores de comunidades escondidas entre a exuberância da vegetação litorânea, foram realizados diversos estudos. Há quatro anos, algumas famílias das comunidades já testam pilotos de painéis fotovoltaicos. A família de Mauro Pires, que mora na Barra do Ararapira – extremo leste de Superagui – é um exemplo de bom uso das placas solares. Utilizando apenas a energia fotovoltaica, consegue manter uma casa com TV, computador, aparelho de som, lâmpadas, tanquinho, liquidificador, ventilador e batedeira.

“Antes eu gastava R$ 120 por mês com gerador elétrico”, conta Mauro. Para economizar no consumo e se beneficiar da eletricidade, a família respeita as limitações naturais da região que habita. Tudo acontece de modo sustentável e é acompanhado de perto pela equipe da Superintendência de Engenharia da Distribuição (SED), coordenadora do projeto na Copel. A energia térmica da luz solar é transformada em eletricidade pelas placas solares – feitas de silício – que é armazenada em uma bateria e distribuída para a casa.

A experiência piloto foi fundamental para a equipe da SED elaborar a versão definitiva do projeto, que já começou a ser implementada e deve funcionar completamente até o começo de 2013. Cada morador beneficiado pelo programa poderá consumir até 45 kW/h mensalmente. Pode parecer pouco em uma cidade grande, mas a oportunidade de se utilizar um ventilador ou uma geladeira nas ilhas faz muita diferença para a comunidade.

As novas placas solares serão instaladas em pequenos sistemas, reunindo os painéis de até quatro moradores. É semelhante a um minissistema de distribuição, sendo que cada conjunto vai permitir que a energia seja redistribuída entre os moradores de uma comunidade. Se um morador consumir menos do que o limite mensal disponibilizado para ele, o excedente poderá ser consumido por outro morador conectado. Esses pequenos sistemas serão interligados por redes enterradas, preservando a paisagem verdejante das ilhas.

Para saber quanto precisam economizar, os novos consumidores vão receber medidores digitais, através dos quais poderão acompanhar, diariamente, o consumo de energia. Depois de dois anos, a disponibilidade de eletricidade poderá ser ampliada para até 80 kW/h por família. “Com essa energia podemos guardar o nosso pescado. Teremos geladeira e ventilador e a nossa qualidade de vida vai mudar para melhor”, comemorou Adnã Chagas, conhecido como Didi, presidente da Associação de Moradores de Vila Fátima, na Ilha das Peças.

CABOS SUBAQUÁTICOS

Em quatro vilas do litoral a energia não será fotovoltaica. De Guaraqueçaba, um cabo subaquático vai cruzar 17 km de mar para levar energia às vilas de Puruquara, no continente, Guapecum, Tibicanga e Bertioga, que ficam na ilha das Peças. Nessas regiões, a Copel vai levar a extensão da rede elétrica sem agredir o meio ambiente. “A população dessas vilas não terá limites de energia porque vai estar conectada a todo o sistema elétrico da Copel, recebendo a mesma energia de quem mora em qualquer cidade”, explica Jacir Carlos Paris, da SED.

ELETRODOMÉSTICOS

Através do programa de eficientização energética, geladeiras econômicas e aquecedores solares de água serão instalados nas casas dos moradores das ilhas, inclusive nas dos atendidos pelo cabo. O objetivo da eficientização energética é promover também a educação quanto ao uso eficiente da energia, independentemente da fonte de geração.