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Museu Regional do Iguaçu segue com atividades de conservação

Mesmo sem poder receber visitas por conta do isolamento social, a equipe do Museu Regional do Iguaçu continua trabalhando na conservação do acervo e no compartilhamento de conhecimento.  

Neste ano, diversos museus do país precisaram se adaptar ao novo cenário sem visitas presenciais, tanto que o tema da 14ª Primavera dos Museus lançado pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) é “Mundo Digital: Museus em Transformação”. 

Prestes a completar 20 anos, o Museu Regional do Iguaçu (MRI) segue traduzindo experiências culturais e naturais da região do rio Iguaçu por meio de coleções e exposições. Em agosto, peças do acervo de animais taxidermizados da fauna local foram emprestadas para o Ecomuseu Jorge Baleeiro de Lacerda, da Prefeitura de Francisco Beltrão. O espaço abriga ações de educação ambiental e fica em uma área privilegiada, cercada pela natureza, dentro do Viveiro Municipal do Parque Irmão Cirilo.  

Além da disponibilização destes exemplares para o Ecomuseu, a Copel irá contribuir compartilhando seu conhecimento e experiência – a equipe do MRI vai capacitar os monitores do Ecomuseu para receber e instruir as crianças da Rede Municipal sobre a importância do cuidado e da preservação do meio ambiente. 

14ª Primavera dos Museus e o Museu Regional do Iguaçu   

Por Jacira Aparecida de Campos Ramos e Basílio Marcos Blachechen  

Em 2020, o mundo teve que se reinventar. Todos tiveram que mudar. Mas se teve um lugar que precisou mudar e rapidamente, foram os museus. Tanto que o tema do Instituto Brasileiros de Museus – IBRAM, para a 14ª edição da Primavera dos museus de 2020, lançou o tema: “Mundo Digital: Museus em Transformação”. Literalmente, com a história nas mãos, os museus serão no futuro espaços mais interativos, inclusivos, mais universais e globais. É preciso ser!   

Vislumbramos assim, dentro da Copel, o Museu Regional do Iguaçu – MRI, espaço para ser lembrado e celebrado nessa Primavera dos Museus. Ao longo dos seus quase 20 anos, a completar em 21 de dezembro de 2020, o MRI é um jovem experiente, que tem muita história para nos contar.  

Sua história está intimamente ligada à história da UHE Segredo (atual UHE Gov. Ney Aminthas de Barros Braga – GNB), porque a história da UHE Segredo ficou marcada pelo pioneirismo no atendimento à legislação ambiental da década de 1980.  

No despontar da década de 80, o Brasil estava sentindo o clima das discussões internacionais sobre a preservação ambiental e a postura dos órgãos financiadores internacionais, que vinham incorporando novos mecanismos para o financiamento de projetos, entre eles a avaliação de impactos ambientais. Na esteira das discussões preservacionistas do meio ambiente, o Brasil lançou a Política Nacional do Meio Ambiente – PNMA, pela Lei 6.938 de 31/08/1981. Dessa lei, veio a nascer o Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA, órgão do Sistema Nacional do Meio Ambiente – SISNAMA, a fim de assessorar o Governo quanto às linhas de direção das políticas governamentais para a exploração e preservação do meio ambiente e dos recursos naturais, criando normas e padrões para um meio ambiente ecologicamente equilibrado e essencial à sadia qualidade de vida.  

Marco na política ambiental brasileira, a Resolução 001/1986 do CONAMA, instituiu o conceito de impacto ambiental, exigindo estudos e relatórios dos empreendedores para projetos de grande impacto, como por exemplo, hidrelétricas. O Estudo de Impacto Ambiental – EIA e o Relatório de Impacto Ambiental – RIMA, tornaram-se requisito obrigatório, na legislação brasileira, para a obtenção de licença ambiental para dar início às grandes obras. É nesse contexto de sinergia entre a exploração e a preservação do meio ambiente que a Usina Hidrelétrica Segredo veio a ser implantada, um ano após a publicação da resolução. É tida como a primeira usina hidrelétrica do Brasil a possuir um Relatório de Impacto Ambiental – RIMA.  Este documento, em 1987, vai gerar o embrião do Museu Regional do Iguaçu – MRI.   

De acordo com os estudos dos ecossistemas naturais, a indicação de execução do Programa de Aproveitamento Científico de Flora e Fauna, trazia o objetivo de criar coleções-testemunhos das espécies existentes, anteriores à inundação da área e assim, dar os subsídios à criação de um museu do reservatório. Ao final do RIMA, dentre as sugestões a serem incorporadas aos projetos e programas ambientais para a fase de licença de instalação propunha a promoção do programa de educação ambiental, a partir da reserva biológica (Rio dos Touros) e de um museu do reservatório. E assim, o RIMA, documento condicionante da licença prévia da UHE Segredo, lançou as bases para a construção do Museu Regional do Iguaçu pela Copel.   

Para a obtenção da licença de instalação da UHE Segredo, a partir da elaboração do RIMA, foram estabelecidos os programas a serem cumpridos em atendimento à legislação ambiental, para essa fase da implantação da UHE Segredo. Foram criados cinco Planos Ambientais, compostos por 21 programas. Durante os anos de 1987 a 1990, foram desenvolvidos os Programas de Aproveitamento Científico de Flora e Fauna, o Programa de Salvamento de Sítios Arqueológicos e o Programa de Salvamento da Memória Cultural. Esses três programas constituíram-se o eixo temático do Museu Regional do Iguaçu e definiram o fundamento da concepção museológica do chamado Museu Ecológico de Segredo, assim concebido pelos programas ambientais.  

A Fundação de Pesquisas Florestais – FUPEF/UFPR foi a responsável pelo levantamento de aproveitamento científico de espécies da flora e da fauna, a fim de formar coleções científicas de referência (para fins científicos), além de coleções didáticas (para fins educativos). Parte do material foi designado para o acervo do MRI e parte para outras instituições museológicas e de ensino e pesquisa do estado. No MRI está representando por sua coleção de flora, no herbário (folhas/ flores dessecadas), carpoteca/ germoteca (futos/ sementes) e xiloteca (troncos) e a coleção faunística, formada por espécies taxidermizadas, além de coleções didáticas em meio líquido e meio seco.   

O salvamento dos sítios arqueológicos ocorreu por um programa gerido pela FUNPAR/UFPR, que, ao final, totalizaram o cadastro de 87 sítios arqueológicos. Destacou-se nessa pesquisa, a possibilidade dos estudos, pouco realizados no Brasil, da linha de pesquisa arqueoastronômica, a partir do monolito, que se encontra exposto no MRI, tendo sido resgatado da área do futuro reservatório de Segredo, identificado como um instrumento astronômico dos povos indígenas.  

O salvamento da memória cultural das populações que habitavam as margens do rio Iguaçu, foi realizado foi equipe técnica da Copel, por meio dos registros de bens históricos e culturais, entrevistas, fotografias e áudios, objetivando a implantação do museu para abrigar a coleção gerada, conforme preconizado neste programa ambiental, presente no Plano.   

Pelo Plano Ambiental de Segredo, o museu, preferencialmente, deveria ser instalado junto à Estação Ecológica Rio dos Touros, por isso o acervo deveria permanecer próximo à localidade de Segredo e deveria incorporar todos os objetos resgatados, desde a pré-história até a memória atual local, através dos programas em áreas interdisciplinares e programa de educação ambiental, desenvolvidos pela Copel.   

A realização dos programas ambientais pela Copel, a fim de obter as licenças ambientais da UHE Segredo, consolidaram, concretizaram e justificaram a criação do museu, que de Museu Ecológico de Segredo, passou a ser chamado de Museu Regional do Iguaçu, sendo um projeto da empresa, cujo orçamento foi aprovado na REDIR 1243ª – 28.02.1994, pelo Diretor de Engenharia e Construção da época.  

É reconhecido pelo PACUERA da UHE GNB (2009) como uma das instituições de apoio às coleções de referência de meio faunístico e atende um dos serviços de obrigação da concessionária quanto à continuidade das ações de educação ambiental, vinculadas ao entorno do reservatório e uso de suas margens.  

O MRI, na atualidade, assim como demais museus, tem traduzido experiências de povos por meio de coleções, exposições, além de expressar as realidades sociais, políticas e culturais da sociedade; cujos desafios vão da complexidade de saberes e valores e diversidade, fatores que enaltecem e evidenciam as sociedades.  

Portanto, compreender e conviver com a pluralidade é transcender, fato que o MRI tem perpetuado e legitimado por intermédio de suas coleções, atividades e exposições realizadas, enaltecendo a História, a Cultura, os valores, o pioneirismo e a trajetória dos povos que teceram e tecem o Vale do rio Iguaçu, desde tempos imemoriais.  

Ao completar 20 anos de existência e, de modo especial, na Primavera, ele ressalva o trabalho de monitoria educativa, visitação guiada, itinerância em dezenas de eventos externos e ações de sensibilização cultural, histórica e ambiental.  

Nesse pequeno tempo de quase 20 anos, o MRI já contabilizou 238.208 visitantes em seus livros de visita e listas de presença.  

Outro fator de destaque é o fato de o Museu Regional ser componente curricular obrigatório em cerca de 60 instituições de ensino e formação, atendendo em torno de 20 secretarias municipais de educação, na medida em que os planos curriculares prezam pelo conhecimento e valorização da História e valores culturais da população regional.  

Por oportuno, ressalta-se que o MRI, desde 2000 valoriza, divulga, conserva e enaltece o pioneirismo da Copel em dispor de um espaço ímpar, compromisso para com a sociedade, já que o Museu é reconhecido como iniciativa pioneira no setor elétrico, especialmente, por abrigar e resguardar coleções e acervos de programas de compensação socioambiental em decorrência da implantação de seus ativos de geração e transmissão de energia elétrica. Encontra-se reconhecido e inserido no universo museológico por meio de seu cadastro junto ao IBRAM no Cadastro Nacional de Museus (CNM) presente no Sistema Brasileiro de Museus (SBM) e no estado, encontra-se cadastrado no Sistema Estadual de Museus da COSEM. E, desde 2016, é reconhecido pelo Iphan como Instituição de Guarda e Pesquisa, pois abriga o maior acervo arqueológico já produzido pelos programas ambientais da Copel GeT, a coleção arqueológica da implantação da UHE Mauá. Além de possuir em seu acervo arqueológico, parte das coleções para fins didáticos, advindas da instalação da UHEDRJ e UHEGJR.  

Quanto as plataformas de sustentabilidade, no dashboard CLIENTES E MERCADO, o MRI é um ponto focal que se destaca como referência em sustentabilidade empresarial e ambiental. Os visitantes do Museu, em sua grande maciça maioria, clientes e consumidores de energia, tomam conhecimento das ações empreendidas pela empresa, principalmente quanto à sustentabilidade de seu negócio, testemunhado diversas vezes pelos visitantes.  

Na onda de 2020: “Mundo Digital: Museus em Transformação”, o MRI se integra à Copel 4.0 e à Copel GeT, sob o enfoque da excelência e inovação, para que possa continuar a ser a materialidade dos programas ambientais desenvolvidos, pioneiros, empreendidos pela Copel GeT na UHE Ney Braga (antiga UHE Segredo).  

Não deixe de visitá-lo e apreciar a 20ª Primavera do Museu Regional do Iguaçu!

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