Está chegando ao fim a campanha de prevenção de queimaduras “Junho laranja”, que este ano aborda o risco de acidentes por choque elétrico e conta com a participação da Copel em uma parceria com o Centro de Tratamento de Queimados do Hospital Universitário de Londrina.
Para fazer a mensagem da segurança chegar a mais pessoas, o hospital produziu uma roda de conversa entre profissionais da instituição – os médicos Luiz Queiroz e Maria Carolina Barutta, mais a chefe de enfermagem Elisângela Zampar – e também da gerente de Segurança do Trabalho na Copel, Patrícia Maria Rodrigues da Veiga Damasceno. O bate-papo foi gravado e está disponível em formato podcast nas plataformas Spotify e YouTube.
Patrícia explicou a diferença entre choque estático, choque dinâmico e choque por raio. “O choque dinâmico é o mais convencional, e dura enquanto a pessoa estiver em contato com a fonte de energia. E a queimadura por choque elétrico tem uma especificidade, que é a lesão maior na parte interna do corpo, do que na superfície da pele”, esclareceu.
O doutor Luiz Queiroz comentou ainda a complexidade do tratamento dos pacientes que chegam ao hospital, já que a queimadura elétrica tende a deixar sequelas internas, diferente das queimaduras que atingem apenas a pele. Isso se reflete em internações prolongadas, e um processo de reabilitação também estendido.
“A gente tem que esperar delimitar a área de perda de tecido, porque se tentar intervir muito rapidamente você não tem noção exata de quanto tecido esse perdeu. Então, é um tratamento multidisciplinar, às precisamos envolver outras especialidades, como a ortopedia, vascular”, comentou.
“A corrente passa pelo corpo pelo local de menor resistência, que geralmente é o tecido ósseo. E próximo a esses ossos a gente tem grandes vasos, musculatura. Então temos essa parte invisível da lesão da queimadura elétrica, que não está exposta, mas existe. E se você tiver um comprometimento vascular ou nervoso importante, às vezes ocorre o comprometimento dos membros”, detalha o médico.
“Este bate-papo nosso é muito importante, porque muitas vezes o acidente ocorre num descuido. Recebemos casos aqui de crianças que estão em casa e entram em contato com fio desencapado, casos com máquina de lavar, carregador de celular. Já tivemos vários casos de carregador na tomada, descarga elétrica em bebês que colocam a ponta do carregador na boca, e isso deixa sequelas por muito tempo”, alertou a chefe de enfermagem Elisângela Zampar.
O hospital, que é referência no tratamento de queimaduras na região Norte do Paraná, também promoveu um evento presencial na unidade, com a presença do técnico da Copel Juarez Silva de Carvalho Junior, representante da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) da empresa em Londrina.
