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Consórcio liderado pela Copel recebe recursos para produção de hidrogênio renovável  

O Consórcio Biogas-to-H2 (B2H2) Paraná, liderado pela subsidiária de Geração e Transmissão da Copel (Copel GT), está entre os cinco projetos que irão compor o Plano de Investimentos do Brasil no âmbito do Climate Investment Funds – Industry Decarbonization (CIF-ID).  

A seleção foi promovida pelo Ministério de Minas e Energia (MME) por meio da chamada pública para hubs de hidrogênio de baixa emissão de carbono para descarbonização da indústria – uma das principais ações do Programa Nacional do Hidrogênio. 

A proposta do Consórcio B2H2 Paraná é usar o biogás gerado em uma estação de tratamento de esgoto para produzir hidrogênio renovável de baixa emissão de carbono. Formado por uma parceria de peso, o consórcio inclui, além da Copel, as empresas Sanepar, Compagas, Peróxidos do Brasil, Gas Futuro e instituições de ensino e pesquisa como a Universidade Federal do Paraná (UFPR), Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), CIBiogás, Fundação Parque Tecnológico Itaipu-Brasil, Instituto Senai de Inovação em Eletroquímica e o Novo Arranjo de Pesquisa e Inovação em Hidrogênio (NAPI Hidrogênio). 

A chamada pública, aberta em outubro de 2024, contou com 70 inscrições vindas de diferentes regiões do país. Com a colaboração de um comitê interinstitucional formado por especialistas diretamente envolvidos no tema, as propostas foram analisadas a partir de critérios como elegibilidade, potencial de impacto, inovação e viabilidade técnica. 

Os resultados dessa primeira fase serviram de base para a Expressão de Interesse do Brasil, encaminhada em janeiro deste ano ao CIF-ID pelo Ministério da Fazenda. O país conquistou a primeira posição entre 26 nações participantes, garantindo a possibilidade de acessar até US$ 250 milhões em recursos concessionais destinados ao fomento de projetos de hidrogênio e ao avanço da transição energética no setor industrial. 

Após a avaliação final, foram selecionadas cinco propostas com elevado potencial de execução até 2035. A divulgação das iniciativas escolhidas para receber os investimentos ocorreu em 28 de agosto em anúncio realizado pelo MME. O Ministério da Fazenda irá coordenar a elaboração do Plano de Investimentos do Brasil no âmbito do CIF-ID, que irá orientar a alocação dos recursos internacionais para os projetos priorizados.  

Inovação: esgoto vira insumo para produção de hidrogênio  

No projeto delimitado pelo Consórcio B2H2, o biogás proveniente de uma estação de tratamento de esgoto será transportado e convertido em gás de síntese com o uso da tecnologia de reforma catalítica, utilizando o conhecimento relativo ao tema já desenvolvido no Estado do Paraná na última década. O hidrogênio é separado desse gás de síntese, purificado e aplicado na produção de peróxido de hidrogênio que, por sua vez, pode ser usado de forma complementar ao hidrogênio proveniente da reforma do gás natural (não renovável). 

Esse hidrogênio de baixa emissão de carbono será destinado a aplicações estratégicas no ecossistema de Curitiba. O projeto já garantiu mais de R$ 32 milhões em investimentos por meio de programas de P&D e fomento das consorciadas, reafirmando sua viabilidade e o compromisso de todos os envolvidos. 

Com uma estimativa inicial de produção de 100 toneladas de hidrogênio renovável por ano, a iniciativa demonstra um potencial de crescimento significativo. A parceria com a Sanepar, por exemplo, que opera 232 estações de tratamento de esgoto no Paraná, revela a capacidade de gerar até 7 mil toneladas de hidrogênio anuais para o Estado, consolidando a Região Metropolitana de Curitiba como um polo estratégico para a economia do hidrogênio renovável. 

Além dos benefícios energéticos e econômicos, o projeto se destaca por seu alinhamento com os princípios de uma transição energética justa e inclusiva. Ao valorizar o biogás das estações de tratamento, o Consórcio fomenta uma nova cadeia de valor verde, com potencial de gerar empregos especializados e capacitação profissional. 

Outras frentes de pesquisa aceleram avanço da tecnologia  

A iniciativa do Consórcio B2H2 também integra a captura de CO₂, gerando créditos de carbono e projetando uma mitigação de até 325 mil toneladas de CO₂ equivalente por ano. Um sistema de certificação de hidrogênio de baixo carbono, baseado em blockchain, já em desenvolvimento pela Copel em outro projeto, garantirá a rastreabilidade e a transparência do processo. 

Em 2023, a Copel GT realizou chamada pública para captar projetos de P&D+I envolvendo tecnologias para produção de hidrogênio de baixa emissão de carbono oriundo de biomassa, biocombustíveis e outros resíduos de natureza orgânica. Como resultado, foram selecionadas três propostas para receber investimentos que somam R$ 7,6 milhões, coordenadas pela UFPR-PR, APRENO-RO e SENAI-PE.  

Além do sistema de certificação, como fruto dessa iniciativa pioneira, uma planta piloto de produção de hidrogênio renovável por rota seca (isenta de uso de água no processo) será inaugurada ainda este ano no Centro Politécnico da UFPR e a experiência adquirida neste projeto vai contribuir com o desenvolvimento da proposta do Hub B2H2 paranaense. 

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