A Copel promoveu nesta sexta-feira, 20 de novembro, o webinar “Por que precisamos conversar sobre o dia da consciência negra?” para copelianos, fornecedores e parceiros da empresa.
O treinamento apresentou conceitos básicos sobre racismo no Brasil e mostrou práticas para que as empresas adotem posturas antirracistas, refletindo sobre seu lugar nessa posição e as suas possibilidades de atuação.
Os palestrantes foram Beatriz Santa Rita, mestra em Desenvolvimento Sustentável pela UFRRJ com especializações em Responsabilidade Social e Desenvolvimento Regional, e Célio Roberto Pereira de Oliveira (Celio Jamaica), consultor e palestrante em programas de educação antirracista, formado em Letras, com especializações em Educação Especial Inclusiva; Arte, Educação e Terapia; Educação à Distância e Literatura Brasileira.
Objetivos do Desenvolvimento Sustentável
A abertura do evento foi realizada pelo diretor de Governança, Risco e Compliance da Copel, Vicente Loiacono Neto, que agradeceu a participação de todos e destacou a importância de debater a questão do racismo nos ambientes corporativos.
“O evento de hoje é muito importante para a Copel e fala de uma questão que estamos vivendo e está em diversos espaços, inclusive nos ambientes corporativos, por isso precisamos conversar sobre o tema. A Copel marca a sua postura contra a discriminação no seu Código de Conduta e em diversas políticas corporativas, como a Política de Direitos Humanos e a Política de Sustentabilidade. É necessário que a gente possa aprender e entender como agir nessas situações e enfrentar e combater o racismo”, afirmou.
O diretor destacou também que o tema está relacionado aos princípios do Pacto Global da ONU e aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, especialmente aos objetivos ODS 8, ODS 10 e ODS 17.
Os palestrantes foram apresentados no evento pela superintendente da Coordenação de Sustentabilidade Empresarial e Governança Corporativa (CSG) da Copel, Luísa Cristina Tischer Nastari, que também enfatizou a importância de conhecer o significado de datas relacionadas à diversidade, como o Dia da Consciência Negra.
“Essas datas têm uma história e nos lembram as desigualdades que não foram superadas e estão presentes no nosso cotidiano. Sabemos que no Brasil e no mundo o racismo é um problema e, para lidarmos com respeito e responsabilidade, a gente precisa entender do que se trata, de onde veio, por que ainda existe, como se manifesta no dia a dia, e realmente aprender a ler melhor a nossa realidade”, afirmou.
Por que existe a data?
O webinar começou mostrando os motivos pelos quais foi criada uma data para discutir a consciência negra. Célio fez um apanhado histórico sobre o período de colonização europeia na África e nas Américas no século XVI, discorrendo sobre diversos aspectos dos processos de escravização de povos africanos. O pesquisador mostrou como a cultura escravocrata formou a estrutura social e as desigualdades no Brasil de hoje.
Beatriz trouxe dados sobre o racismo estrutural nos dias de hoje, explicando como a baixa representatividade da população negra em diversos espaços e organizações evidencia que o racismo vai além das agressões explícitas mostradas no noticiário. A pesquisadora mostrou indicadores de:
- Distribuição de renda e condições de moradia
- Violência e taxas de homicídio
- Educação e taxa de analfabetismo
- Representação política

Também apresentou indicadores de racismo institucional, com dados sobre número de pessoas negras no mercado de trabalho e suas remunerações, e comentou sobre ações afirmativas de reparação social, como a política de cotas em instituições de ensino e empresas públicas e também privadas.
Da vulnerabilidade à potência
Os palestrantes finalizaram o webinar mostrando que há cada vez mais exemplos de boas práticas organizacionais de inclusão. “Estarmos aqui falando sobre racismo já é uma prática positiva que cada vez mais organizações têm realizado, com o objetivo de reduzir a desigualdade racial nas corporações e ampliar a diversidade no quadro de funcionários, inclusive temos pesquisas de aumento de produtividade e eficiência em empresas com equipes mais diversas”, contou Beatriz.
Em Curitiba e Região Metropolitana, 24% da população é negra, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No Paraná, esse índice é de 31,1%. O Dia Nacional da Consciência Negra é celebrado, no Brasil, em 20 de novembro. Foi elaborado para reflexão sobre a inserção do negro na sociedade brasileira. A data foi escolhida por coincidir com o dia atribuído à morte de Zumbi dos Palmares, em 1695, um dos maiores líderes negros do Brasil, que lutou pela libertação do povo contra o sistema escravista.