A Copel acaba de publicar, em vídeo, o balanço trimestral de seus projetos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I), conforme orientação da Aneel. No terceiro trimestre de 2025, a companhia apresentou 19 iniciativas em andamento – 13 na área de distribuição e 6 em geração e transmissão – que vão de novas tarifas para veículos elétricos a estudos sobre ruídos em subestações, além do desenvolvimento de plataformas digitais para apoiar decisões no sistema elétrico. Os trabalhos contam com a parceria de universidades, startups e institutos de pesquisa.
Agilidade em estudos elétricos
Um dos destaques está na aplicação de inteligência artificial para tornar mais rápidos e precisos os estudos elétricos de geração e transmissão. O sistema, que antes levava até 90 dias para apresentar resultados, agora pode concluir análises em poucas horas. “O projeto pretende principalmente diminuir o tempo de desenvolvimento desses estudos e também aumentar a confiabilidade dos resultados”, explicou Rafael Martins, gerente de projeto de pesquisa. A plataforma, desenvolvida em parceria com a Universidade Federal do Paraná e o Instituto Gnaros, já passou por validações e mostrou ganhos na redução de custos e na melhoria da confiabilidade do sistema.
A companhia também avança em um projeto que desenvolve ferramentas digitais para o planejamento inteligente das redes de distribuição. O sistema identifica gargalos na média e baixa tensão e sugere obras de reforço de forma automatizada. Segundo o coordenador técnico do projeto na Sinapsis, Marcelo Pelegrini, a ferramenta consegue reduzir o tempo de proposição de obras de meses para dias. A solução considera ainda a inserção de geração distribuída e o crescimento esperado da mobilidade elétrica, preparando a rede para novas demandas.
Mais energia, menos ruído
Outro projeto em andamento busca entender os efeitos sonoros de subestações de transmissão sobre comunidades vizinhas. A iniciativa está sendo realizada por pesquisadores da Unicamp na Subestação Fernão Dias, em Atibaia–SP, e prevê a instalação de 200 pontos de medição em um raio de até três quilômetros. “A ideia é entender como a dispersão de ruídos se desenha ao longo da paisagem, para que futuramente possamos propor medidas mitigadoras”, afirmou Silvio Fernando Silva e Santos, gerente técnico do projeto. Entre as possíveis soluções estão barreiras físicas, vegetação ou encapsulamento de equipamentos. A coleta de dados seguirá até março de 2026, com previsão de calibragem do modelo matemático logo em seguida.
Tarifa especial para a eletromobilidade
Na área de distribuição, a Copel desenvolve ainda o projeto Mobiflex, que propõe uma tarifa especial para estimular a recarga de veículos elétricos durante a madrugada, quando o uso do sistema é menos intenso. O modelo prevê descontos de até 12% na conta de energia para consumidores que realizarem a recarga entre meia-noite e seis da manhã. “Visamos incentivar que os clientes deixem de carregar os veículos em horários de ponta e utilizem na madrugada, período em que a rede está mais disponível”, conta Rodrigo Braun. O piloto deve começar em 2026, com duração de 12 meses, e avaliará a adaptação dos consumidores a esse novo comportamento de consumo. A execução tem a parceria das empresas Daimon e Essenz.
Confira todos os detalhes dos projetos e as entrevistas com os profissionais envolvidos, no vídeo:
