Em um ano você pode salvar até 16 vidas. Esse é o número de beneficiados pela doação de sangue periódica de uma pessoa. Uma bolsa coletada de um doador pode ser destinada para até quatro pacientes, sendo que homens podem doar sangue até quatro vezes em um período de 12 meses e, mulheres, três.

“Estudos realizados pelo Ministério da Saúde afirmam que se 3% da população fosse doadora não haveria escassez de sangue. No Paraná, esse número não chega nem a 1%”, explica a assistente social do Centro de Hematologia e Hemoterapia do Paraná (Hemepar), Fabiane Natal Janata. “Por isso, a importância das campanhas. Precisamos manter nosso estoque, que atende todos os leitos do Sistema Único de Saúde no Estado. Infelizmente, ainda não existe nada que possa substituir esse elemento”, complementa Fabiane.

Essa ajuda não custa nada ao doador. A captação é indolor e leva menos de uma hora. Para quem doa, a reposição do sangue acontece em pouco tempo, bastando a ingestão de líquidos. Desde adolescentes com mais de 16 anos acompanhados dos pais até as pessoas cuja idade não ultrapasse os 67 anos podem doar. Não são necessários agendamento, nem jejum prévio. Basta levar um documento de identificação com foto.

Quem não pode doar rotineiramente, pode, ao menos, ajudar nas épocas mais críticas, como os períodos mais frios e em vésperas de feriado. Nessas épocas, o número de doadores cai, mas a necessidade dos hospitais se mantém a mesma ou até aumenta (em função de acidentes trânsito nos feriados). Assim, o doador também não precisa esperar. “Os tipos sanguíneos negativos são os que mais faltam, mas todas as doações são bem-vindas”, afirma Fabiane.

Doador voluntário e doador repositor

Quando há urgência de um determinado tipo sanguíneo, um dos recursos é chamar um doador voluntário habitual para ajudar. Doador voluntário é aquele que tem o costume de doar sangue periodicamente. Ao ser chamado, esse doador não tem a obrigação de ajudar, mas muitos entendem a situação e cooperam. Já o doador repositor é aquele que faz sua contribuição para repor uma transfusão feita em um amigo ou parente.

Medula Óssea

Ao doar o sangue, você também pode se cadastrar para ser um doador de medula óssea. É retirada uma amostra da própria bolsa de sangue para determinar as características genéticas. Esses dados são inseridos no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome) e é verificada a compatibilidade com os pacientes que precisam de um transplante de medula.

A chance de encontrar um doador para alguém que está na fila da espera é, em média, uma em 100 mil. No Brasil, o Redome tem mais de 1,4 milhão de doadores cadastrados. O transplante de medula é um tratamento proposto para algumas doenças que afetam as células do sangue, como leucemia e linfoma. Com pequeno índice de rejeição, esse tratamento é a esperança para milhares de pacientes.