Geração

PCHs da Copel superaram as chuvas em 2011

Alterações climáticas deram trabalho para a área de operação e manutenção das pequenas centrais hidrelétricas da Copel

  • PCH Pitangui: casa de força inundada
  • PCH Chaminé: interior da casa de força ficou inundada
  • PCH Pitangui: vista externa casa de força

A geração de energia elétrica pode ser afetada significativamente pelas mudanças climáticas, que podem trazer uma alteração na vazão dos rios que alimentam os reservatórios. A informação é do Grupo de Eletricidade Atmosférica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Esta vazão média tanto pode ser alterada para valores menores, diminuindo a geração, como pode trazer eventos severos de precipitação que podem causar grandes inundações.

O ano de 2011 foi uma comprovação das alterações climáticas, impondo muito trabalho para área de Operação e Manutenção das Pequenas Hidrelétricas da Copel, subordinada à Superintendência de Operação e Manutenção da Geração - SOM. Em um período de pouco mais de cinco meses, as PCHs Chaminé (18 MW), São Jorge (2,3 MW) e a centenária Pitangui (0,87 MW) tiveram suas produções totalmente interrompidas em decorrência de eventos naturais.

Os eventos que afetaram a continuidade da geração destas usinas são os mais graves que se tem registros. Isso traz novos desafios para os gestores de operação e manutenção da Geração, que a partir destas e de outras experiências no setor elétrico, deverão estudar e implementar soluções nas usinas afetadas e nas demais instalações, a fim de reduzir o máximo possível as indisponibilidades de geração em função de eventos naturais.

PCHs Pitangui e São Jorge

As chuvas intensas que caíram na região dos Campos Gerais no final de julho e no início de agosto, que provocaram enormes dificuldades à cidade de Ponta Grossa, também afetaram as instalações das Usinas Pitangui e São Jorge, ambas localizadas no Rio Pitangui.

A centenária Usina Pitangui foi duplamente castigada, sofrendo duas inundações em um período de 24 horas. A inundação teve início na noite do dia 31 de julho, quando os operadores de plantão Antonio Augusto Lula Pacholek e Irineu Pedro Gerbas foram acionados para atendimento emergencial em função da elevação do nível do rio.

Já a PCH São Jorge, cuja operação estava em “situação confortável” até então, passou a verter. Diante da elevação no nível no reservatório de Alagados foram iniciados os procedimentos emergenciais para preservação dos equipamentos da usina. A inundação da casa de força da Usina São Jorge aconteceu no início da noite.

A Usina Pitangui voltou a ser inundada em função da elevada vazão de vertimento do reservatório de Alagados, afetando, desta vez, todos os equipamentos.

PCH Chaminé

Em meados de março — no mesmo período em que Morretes, Antonina e Paranaguá, no litoral paranaense, foram castigadas por enxurradas, deslizamentos de encostas e inundações —, a PCH Chaminé, localizada no Rio São João, na Serra do Mar, teve a sua casa de força inundada.

A inundação aconteceu por causa de um deslizamento da encosta junto à casa de força, provocando a obstrução das canaletas e das valas de escoamento de águas pluviais e dos córregos que descem da montanha no entorno da usina, afetando as unidades geradoras com água e lama.

A experiência deste evento, vivida pelos operadores Joel da Rocha Vieira, Leonel da Rocha Vieira e Paulo Cardoso Ferreira Filho, todos com mais de 20 anos na operação da usina, foi de muita tensão, trabalho e emoção. Ao longo desses anos eles presenciaram a transformação da usina e jamais imaginaram que um dia o ambiente de trabalho deles seria inundado por lama.

O trabalho dos operadores começou na noite anterior à inundação da usina e se estendeu por toda a madrugada. Um grande deslizamento da encosta ao lado da usina atingiu o lado esquerdo da casa de força. A água começou a entrar pela porta de carga, já danificada por árvores que foram arrastadas pelo deslizamento, ocasionando o desligamento automático da unidade 4.