Porte
A altura e o diâmetro da copa da árvore adulta são características fundamentais na seleção de árvores.
De modo genérico, pode-se classificar as árvores em espécies de pequeno, médio e grande porte.
No entanto, é necessário observar que o porte das árvores no meio urbano, muitas vezes, difere do porte no meio natural. Há espécies, em determinadas regiões, que são consideradas de pequeno porte mas, em outras, podem ser consideradas de médio porte.
Árvores de pequeno porte
Na fase adulta, podem atingir até 5m de altura total, sendo que, seu diâmetro de copa é de aproximadamente 2,5m.
Lagerstroemia indica L. (Extremosa) - Lythraceae.
Árvores de médio porte
Na fase adulta, atingem de 5 a 10m de altura e de 4 a 5m de diâmetro de copa.
Lafoensia pacari Saint-Hilaire (dedaleiro) - Lythraceae.
Árvores de grande porte
Na fase adulta, ultrapassam 10m de altura e o diâmetro da copa é superior a 5m.
Tipuana tipu (Benth.) O. Kuntze (tipuana) - Fabaceae.
Arbustos conduzinos na arborização de ruas
Plantas arbustivas, caracterizadas pela baixa altura de bifurcação, podem ser conduzidas com podas de formação para ter um tronco livre de ramificações até 1,80 m, condição necessária para o uso na arborização de ruas. No entanto, devido à presença de rebrotas a baixa altura, os arbustos requerem podas periódicas.
Hibiscus rosa-sinensis L. (Hibisco) - Malvaceae.
Copa
Os formatos de copa mais recomendados são o globoso e o oval. Estes dois formatos permitem que a forma original da copa seja preservada e recuperada mesmo quando submetida a podas.
Espécies com copa pendente não devem ter seus ramos podados para manter a forma característica da copa. Por isso, espécies com este tipo de copa devem ter seu plantio restringido a ruas com canteiros largos para não atrapalhar o trânsito de pedestres.
Algumas espécies como a palmeira, a bananeira e o bambu, não aceitam poda por serem plantas que não apresentam a constituição tronco-ramos. Portanto, estas espécies não devem ser plantadas sob a fiação elétrica aérea.
As coníferas também têm um formato de copa muito específico que, dependendo da rigorosidade da poda, não conseguem se recuperar após a intervenção.
A densidade e o modo de crescimento da copa devem ser considerados para proporcionar conforto ambiental. Em climas tropicais, convém utilizar árvores com copas densas e perenifólias (que não perdem as folhas). Nos climas temperados ou frios recomenda-se a utilização de espécies com copas mais ralas, tais como as caducifólias (que perdem as folhas) ou as semicaducifólias.
Troncos e ramos
Os troncos e ramos devem ser isentos de espinhos ou acúleos para não provocar acidentes com os pedestres. Ainda, devem ser resistentes aos ventos e suportar o peso dos ramos, sem lascar ou tombar.
Flores e frutos
Árvores floríferas são recomendadas pela beleza
que trazem a paisagem.
As espécies que produzem flores grandes e espessas ou frutos carnosos e excessivamente grandes devem ser evitadas em áreas urbanas, já que trazem riscos de acidente nas calçadas ao torná-las escorregadias, além de causarem muita sujeira. As árvores com flores que exalam perfume forte, também não devem ser utilizadas, assim evitam-se alergias.
O uso de espécies frutíferas depende do aspecto cultural e da conscientização da população.
Raízes
A melhor forma de evitar futuros danos às calçadas é a
preparação de uma cova nas dimensões adequadas.
Para se evitar rachaduras nas calçadas e construções próximas são indicadas espécies com raízes pivotantes. As espécies com raízes superficiais devem ser usadas somente em ruas com calçadas largas e canteiros grandes para não danificar o calçamento e as canalizações.
Algumas espécies utilizadas no meio urbano apresentam raízes superficiais como característica própria, já outras podem vir a apresentá-las pelas condições existentes como compactação do solo ou lençol freático elevado.
Ausência de princípios tóxicos e alérgicos
Em áreas públicas não se deve utilizar espécies que apresentem princípios tóxicos relacionados com a casca, látex, flores ou folhas da planta. Mesmo que este princípio seja sazonal, como durante a floração (pólen), não são recomendadas devido à possibilidade de contato com a população.
Rusticidade e resistência à poluição, doenças e pragas
Ervas-de-passarinho.
As espécies escolhidas para o meio urbano devem ser resistentes às doenças abióticas (provenientes de desnutrição, poluição, temperaturas extremas, umidade e vento), doenças bióticas (provenientes de fungo, bactérias e vírus), às pragas (insetos), e, também, à ervas-de-passarinho.
Composição de espécies
Na composição de espécies, para não diluir o efeito estético, principalmente da floração, recomenda-se que seja usada uma espécie única pelo menos numa mesma quadra. Como uma rua geralmente é formada por inúmeras quadras, esta poderá ser arborizada com diferentes espécies.
A diversidade de espécies é fundamental à segurança sanitária da arborização, uma vez que reduz os riscos de perdas com pragas e doenças. Sendo assim, recomenda-se que uma única espécie não ultrapasse de 10 a 15% do total da população de árvores existentes numa cidade.
É preciso manter equilíbrio, também, entre a percentagem de espécies nativas (aquelas que ocorrem no país ou ecossistema considerado) e exóticas (espécies que ocorrem em outro território). O uso de espécies nativas da vegetação que ocorre na região é indicado como preferencial.
No Estado do Paraná existem três ecossistemas com espécies arbóreas passíveis de serem utilizadas na arborização de ruas, sendo eles: a Floresta Ombrófila Mista (Floresta com Araucária), a Floresta Estacional Semidecidual (Floresta Latifoliada) e a Floresta Ombrófila Densa (Floresta Atlântica).
A escolha de espécies nativas destes ecossistemas para arborizar as ruas dos municípios paranaenses pode significar proteção e valorização da flora local.
Na flora paranaense constam muitas espécies com potencial ornamental que, futuramente, podem ser utilizadas na arborização de ruas. As novas espécies, entretanto, devem ter o seu comportamento monitorado quando forem introduzidas no meio urbano.
A preferência por espécies nativas é sempre recomendada, contudo, quando não houver uma grande oferta e a escolha for por espécies exóticas deve-se tomar cuidado para não utilizar espécies exóticas invasoras, isto é, espécies que, uma vez introduzidas a partir de outros ambientes, adaptam-se e passam a se reproduzir de modo a ocuparem o espaço das espécies nativas e a produzirem alterações nos processos ecológicos naturais, e que, após um período mais ou menos longo de adaptação, tendem a se tornarem dominantes.
Ao se escolher espécies exóticas ou nativas de outros ecossistemas, a adaptação ao clima local deve ser observada, principalmente, quanto à resistência a geadas.