Escolha de mudas adequadas
A boa qualidade das mudas na arborização de ruas reflete no melhor desenvolvimento e em menos intervenções nas futuras árvores em relação ao meio, principalmente no tocante à prática indiscriminada de podas.
As mudas adequadas à arborização de ruas devem ter as seguintes características:
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Tronco retilíneo e altura de no mínimo 2,00 m.
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Altura da primeira bifurcação acima de 1,80 m.
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Diâmetro a altura do peito (DAP=1,30 m) de 0,03 m.
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Forma e perfil trabalhados com tratos silviculturais específicos (podas de formação).
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Muda já em forma de árvore.
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Ramificação e folhagem reduzidas na época de plantio.
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Rusticidade para tolerar as condições adversas do meio urbano.
A produção de mudas com estas características passa por diferentes fases em locais distintos.
Viveiro de semeadura
Local protegido onde se realiza a semeadura. Após a germinação em sementeiras ou tubetes, as mudas sofrem uma repicagem, ou, transplante, para pequenos recipientes em canteiro sombreado. Essa fase se prolonga por um ano ou mais, conforme o crescimento da espécie.
Viveiro de espera ou talhão
Local a céu aberto onde se realiza o transplante da muda para um recipiente maior ou diretamente no solo, conforme as características de cada espécie. Nesse ambiente, a muda deve permanecer por um período de três a cinco anos, até atingir o tamanho adequado para o plantio nas ruas.
Implantação
As mudas de tamanho adequado e bem plantadas são mais respeitadas pela comunidade. Por isso, as perspectivas de que se tornem árvores adultas, também, são maiores.
Época
A época ideal para o plantio é no início do período chuvoso. No entanto, o plantio pode ser realizado em qualquer estação do ano, desde que se disponha de sistema ou equipamentos de irrigação. A irrigação é necessária durante os primeiros 30 dias ou até que a muda pegue.
Cada processo no plantio está relacionado às
características finais da arborização.
Covas
Antes de se abrir uma cova é importante observar a presença de canalizações subterrâneas, evitando ou minimizando-se, assim, os prejuízos, tanto à árvore, quanto à estrutura urbana.
Nas áreas urbanas, o solo sofre muitas alterações nas suas propriedades físicas e químicas devido a aterros e cortes, compactações, alteração do pH, entulhos, lixo e ausência de cobertura vegetal. O tamanho da cova deve variar em função das condições do solo. Quanto mais pobre o solo, maior deve ser a cova, sendo que o tamanho mínimo deve ser de 0,5 x 0,5 a 0,5 m e de até 1,0 x 1,0 a 1,0 m, em casos de solo pobre muito compactado ou com presença de entulhos.
O fato de a arborização consistir de plantio linear, resulta na variação da fertilidade do solo ao longo da plantação. Em locais de solo ácido é recomendável a aplicação de 200 g de calcário dolomítico, por cova, acrescido de adubo NPK. No preenchimento da cova, deve-se aproveitar 2/3 da terra retirada quando da abertura da mesma, acrescentando-se 1/3 de material orgânico que pode ser esterco curtido, composto orgânico ou húmus de minhoca. Em locais de solo com pH próximo ao neutro, recomenda-se o mesmo procedimento, porém, sem aplicação do calcário dolomítico.
Plantio
Os recipientes que contêm as mudas, caso não biodegradáveis, devem ser removidos antes do plantio, obrigatoriamente, tomando-se o cuidado para que o torrão não se desintegre durante a operação.
Durante o plantio, deve-se atentar para que o coleto da muda (região entre a parte aérea e a raiz) fique no mesmo nível do terreno, evitando-se, assim, que as raízes fiquem expostas ou que a muda fique suscetível ao afogamento de seu coleto, o que causaria a sua morte.
As mudas devem ser tutoradas, operação que consiste na colocação de um tutor ao qual prende-se a muda para um crescimento retilíneo, sem inclinação. Ao tutor, de madeira ou bambu, amarra-se a muda em forma de oito deitado com amarrilhos de sisal ou borracha, de modo a não ferir o seu tronco.
Amarrilho realizado em forma de oito deitado.
Reposição
Devido à perdas por atos de vandalismo ou por morte de mudas o replantio se faz necessário. Para manter o efeito estético, recomenda-se a utilização de mudas da mesma espécie plantada anteriormente ou, caso não seja possível, outra adequada ao local e à região.