TRANSMISSÃO

Copel vai dobrar seu sistema de transmissão

As novas obras da Copel vão passar por diversos estados brasileiros

colaboração: Maristela Purkot

A Copel venceu dois leilões de transmissão no primeiro semestre de 2012. Em março, em parceria com a State Grid Brazil Holding, a maior empresa de transmissão de energia elétrica do mundo, a Companhia arrematou, em leilão da Aneel, a concessão para a construção dos 1.605 km de linhas de transmissão e quatro novas subestações que vão transportar até o maior polo consumidor do Brasil (a região Sudeste) a energia que será produzida nas cinco hidrelétricas projetadas no rio Teles Pires, no norte do Mato Grosso.

Os dois lotes vencidos pelo consórcio entre Copel e State Grid representarão investimentos estimados pela Aneel em R$ 2,7 bilhões e terão uma Receita Anual Permitida (RAP) – remuneração que as transmissoras recebem para disponibilizar o sistema ao Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e prestar o serviço público de transmissão aos usuários – de R$ 199,5 milhões. Estes serão os maiores empreendimentos de transmissão da Copel em toda sua história, pois irão duplicar o tamanho atual do sistema de transmissão da Companhia. Com esta vitória, a Copel vai aumentar sua carteira de ações em quase 85% em cerca de três anos.

Já em junho, a Copel arrematou mais um lote de obras de transmissão em leilão realizado pela Aneel. A Companhia conquistou a concessão para implantar 98 km de linhas de transmissão no Paraná, com investimentos estimados em R$ 37 milhões e uma Receita Anual Permitida (RAP) de R$ 4,18 milhões.

As novas linhas que serão construídas no Paraná irão operar com tensão de 230 mil volts e ligarão os 88 quilômetros entre as subestações de Londrina e Figueira, no Norte do Estado, e os 10 quilômetros entre Foz do Chopim e Salto Osório, na região Sudoeste.

CONSÓRCIOS

Os dois lotes disputados e vencidos pelo consórcio integrado pela State Grid Brazil Holding e pela Copel – que terá participação de 49% em ambos – integram o sistema de transmissão que irá reforçar as condições de atendimento ao consumo do estado do Mato Grosso e, principalmente, interligar em extra-alta tensão (500 mil volts) o polo de geração formado por cinco usinas hidrelétricas em construção ou previstas para a bacia do rio Teles Pires, no norte daquele estado, ao Sudeste do país, onde se concentra a maior demanda por energia elétrica.

O primeiro lote, de responsabilidade da Sociedade de Propósito Específico Matrinchã Transmissora de Energia S.A. e que deverá demandar investimentos estimados pela Aneel em R$ 1,8 bilhão, é composto por três subestações nas cidades matogrossenses de Paranaíta, Cláudia e Paranatinga. Mais de 1.005 km de linhas – na tensão de 500 mil volts em circuito duplo – irão conectá-las.

O segundo lote, de responsabilidade da Sociedade de Propósito Específico Guaraciaba Transmissora de Energia S.A., compreende empreendimentos nos estados do Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais. Entre as obras previstas está a construção de uma segunda subestação em 500 mil volts junto à Usina Hidrelétrica Marimbondo, de Furnas, mais duas linhas de transmissão na mesma classe de tensão: uma, em circuito simples, entre as subestações Ribeirãozinho e Rio Verde Norte (Goiás), com extensão de 250 km, e outra em circuito duplo conectando Rio Verde Norte à futura subestação Marimbondo II, com 350 km.

O conjunto destas obras absorverá R$ 900 milhões em investimentos, conforme estimativas da Aneel, e permitirá uma receita anual de R$ 73,08 milhões.

Segundo o presidente da Companhia, Lindolfo Zimmer, A parceria com a State Grid nos permitiu adotar um comportamento bastante competitivo em relação à receita máxima definida pela Aneel. “Além de ter um conhecimento técnico muito expressivo, os chineses dispõem da possibilidade de fornecimento de materiais para a construção das linhas de transmissão em condições vantajosas, afirmou o presidente.”

OBRAS NO PARANÁ

A Copel optou por participar de forma independente do último leilão por considerar os empreendimentos como de pequeno porte. Além disto, a viabilidade decorre da utilização da sinergia da estrutura de operação e manutenção que a Copel já possui nas regiões das obras.

Para o diretor de Geração e Transmissão de Energia e de Telecomunicações, Jaime de Oliveira Kuhn, o fato de as obras se localizarem no Estado de origem da Companhia, onde ela possui conhecimento aprofundado da rede, constitui uma vantagem estratégica no plano de expansão da participação da Copel no setor elétrico brasileiro. “Trata-se de uma fase de renovação na Copel, com investimentos crescentes ano após ano, e que irão fortalecer ainda mais o posicionamento da empresa no setor”, explica.